Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Gatão, incluindo as pinturas murais a fresco que a decoram
Designação
DesignaçãoIgreja de Gatão, incluindo as pinturas murais a fresco que a decoram
Outras Designações / PesquisasIgreja de São João Baptista, de Gatão / Igreja Paroquial de Gatão / Igreja de São João Baptista (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Amarante/Amarante (São Gonçalo), Madalena, Cepelos e Gatão
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -Lugar da Igreja Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.296976-8.063029
DistritoPorto
ConcelhoAmarante
FreguesiaAmarante (São Gonçalo), Madalena, Cepelos e Gatão
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 33 587, DG, I Série, n.º 63, de 27-03-1944 (ver Decreto)
Decreto n.º 30 838, DG, I Série, n.º 254, de 1-11-1940 (ver Decreto) (suspendeu o diploma anterior quanto aos imóveis que fossem propriedade particular, até que se cumprisse o disposto no art.º 25.º do Decreto n.º 20 985, DG, I Série, n.º 56, de 7-03-1932 (ver Decreto))
Decreto n.º 30 762, DG, I Série, n.º 225, de 26-09-1940 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 23-01-1951, publicada no DG, II Série, n.º 38, de 16-02-1951 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 23-01-1951, publicada no DG, II Série, n.º 38, de 16-02-1951
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaPermanecem por esclarecer as origens da igreja de Gatão. Uma tradição, por enquanto lendária e sistematicamente veiculada na historiografia, atribui a fundação do templo ao século IX, altura em que se verificou uma efectiva organização do território em torno do Douro, por iniciativa da monarquia asturiana.
A parcela mais antiga que actualmente se conserva no conjunto - a capela-mor - data da época românica, de um momento não identificado que pode coincidir com os meados do século XIII, como pretende ALMEIDA, 2001, p.124. Apesar da relativa modéstia construtiva e do plano comum quadrangular, é uma peça de importância superior no contexto do Românico da região de Amarante. No exterior, as estreitas frestas contrastam com a elegância das arcadas cegas de volta perfeita, à maneira lombarda, que antecedem a cornija onde assenta o telhado, e que ALMEIDA, 2001, p.124, aproxima às de Roriz, fazendo antever uma directa influência das oficinas românicas da região de Guimarães na zona de Amarante. No lado Sul, há vestígios de adossamento de um alpendre, com certeza posterior à edificação românica.
É, todavia, no interior que a capela-mor revela a sua real importância. O arco triunfal é de volta perfeita de duas arquivoltas, sendo a exterior envolvida por cercadura enxaquetada, um dos motivos mais frequentes do nosso Românico. A suportar esta composição encontram-se duas atarracadas colunas encimadas por capitéis de decoração vegetalista que, segundo Xosé Lois GARCÍA, 1997, p.74, detêm inegável conteúdo alegórico, já que pretendem simbolizar o pão e o vinho, através do trigo e da videira. De acordo com o mesmo autor, esta representação directa da Eucaristia é a face visível de um "românico realista, libertado da sobrecarga que muitas vezes torna este estilo pouco decifrável".
Na transição para a Idade Moderna, a igreja foi profundamente alterada, senão arquitectonicamente, pelo menos ao nível dos elementos devocionais do seu interior. Grande parte das suas paredes foram cobertas por painéis de pintura mural, de que restam seis grandes conjuntos, que aguardam ainda um estudo monográfico que esclareça qual a sua importância no contexto da pintura mural nortenha das décadas finais da Idade Média. Em posição axial sobre o arco triunfal encontra-se a representação do Calvário, composição entendida como de influência bizantina (DGEMN, on-line), mas cuja posição estática e hierática das figuras é um valor comum na pintura mural da época. A ladear o arco triunfal, existem quatro painéis, compostos por outros tantos santos inseridos em nichos, como se de esculturas se tratassem. No interior da capela-mor, a parede fundeira é parcialmente ocupada por dois painéis, um com a representação de Santo António e outro com um passo da Paixão de Cristo (Cristo a caminho do Calvário), o que pressupõe que outros painéis tenham originalmente existido e que ilustrassem os derradeiros momentos da vida terrena do Salvador.
O corpo românico do templo foi substituído por outro durante a época moderna, mas, à excepção da galilé que antecede a igreja, a proporção medieval da nave dever-se-á ter mantido. No século XVII edificou-se o campanário, anexo à frontaria pelo lado Norte e composto por dois registos, sendo o inferior ocupado por arco de volta perfeita e o superior pelo campanário propriamente dito, de duas sineiras encimadas por cornija horizontal. No início da década de 50 do século XX a DGEMN procedeu a obras de restauro no monumento, reconstruindo-se, então, a parede Sul da nave e a fachada principal da galilé. Entre os trabalhos realizados, conta-se ainda a substituição de telhados e pavimentos. No cemitério anexo encontra-se o túmulo de Teixeira de Pascoaes, um dos amarantinos mais ilustres do século XX.
PAF
ProcessoLugar da Igreja
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias3

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
História da Arte em Portugal - O RomânicoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2001Lisboa
Simbologia do Românico de Amarante, 2ªed.GARCÍA, Xosé LoisEdição1997Amarante

IMAGENS

Igreja de São João Baptista, de Gatão - Interior da capela-mor: fresta

Igreja de São João Baptista, de Gatão - Interior: capela-mor

Igreja de São João Baptista, de Gatão - Interior: arco triunfal e capela-mor

MAPA

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