Torre de Quintela | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Torre de Quintela | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Torre de Quintela (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Militar / Torre | ||||||||||||
Tipologia | Torre | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Militar | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Vila Real/Vila Real/Vila Marim | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Vila Real | ||||||||||||
Concelho | Vila Real | ||||||||||||
Freguesia | Vila Marim | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9823119 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Situada junto à Ribeira da Marinheira, a ocidente de Vila Real, a Torre de Quintela é um dos poucos exemplos de arquitectura civil-militar que comprovam o avanço da senhorialização, tipicamente baixo-medieval, por terras transmontanas. A história deste local é antiga, recuando, pelo menos, até aos meados do século XI. Nessa altura, a propriedade aparece como uma das principais unidades agrárias das actuais terras de Vila Real, intimamente ligada aos condes que tutelavam o território de Chaves, uma vez que estava na posse de D. Gotronde Nunes, mulher do conde D. Vasco (SERENO; TEIXEIRA, 1994, DGEMN on-line). A torre senhorial que hoje vemos, contudo, nada tem que ver com esse recuado passado condal. Ela é o produto dos séculos XIII-XIV, período que corresponde a um maior desenvolvimento agrícola e demográfico da região. Na viragem para o século XIV, aqui se instalou D. Alda Vasques, a quem se atribui a construção da torre, para sua própria residência. No entanto, o facto de a propriedade vir referida nas Inquirições de D. Afonso III (1258) pode retardar a sua construção em cerca de meio século, circunstância que a colocaria numa fase ainda tardo-românica da nossa arquitectura. Outros autores apontam uma construção já tardia, em pleno século XV (SILVA, 1995, p.55). Na actualidade, o edifício apresenta algumas reformas posteriores, mas a sua estrutura deve corresponder ao plano fundacional do século XIII: uma planta quadrangular (com cerca de 12 metros de largura) define um alçado bastante elevado (mais de vinte metros de altura), organizado interiormente em 4 pisos. O acesso faz-se através de uma porta de entrada, de volta perfeita (mas originalmente em arco quebrado), com lintel recto e arco de descarga, elevado em relação à cota do terreno, na origem ligando-se com esta através de uma escadaria de madeira. Os elementos decorativos que aqui vemos empregues, como os balcões ameados, os matacães, as frestas de iluminação ou a linha de merlões que coroa toda a estrutura, são característicos da arquitectura gótica, embora algumas opiniões apontem para a sua posterior integração na torre já pelos séculos XV ou XVI, hipótese que não está, até ao momento, integralmente confirmada. Por disposição testamentária, D. Alda legou a Torre de Quintela à Ordem dos Hospitalários, instituição que ficou na posse da propriedade durante os século seguintes. Em 1695, numa altura em que a torre se encontrava na posse do Morgadio dos Conde de Vimioso (de que era titular D. Francisco de Portugal), deu-se uma reforma importante do morgado. A Torre é então descrita como tendo "52 fiadas da base ao coroamento das ameias, (...) quatro guaritas e varanda em cada uma das faces" (SERENO; TEIXEIRA, 1994, DGEMN on-line). Para além disso, a grande reserva agrícola que lhe estava adstrita possuía uma capela, dedicada a Santa Maria Madalena, e uma ampla área de cultivo, assim como numerosas dependências. Até ao século XIX, a Torre de Quintela manteve-se na posse da Ordem, sendo uma das principais referências da época medieval, a ponto de ter inspirado o próprio Camilo Castelo Branco, num dos seus romances eivados de Romantismo. A extinção das Ordens Religiosas, em 1834, veio abrir um novo e desastroso período na história deste monumento. Vendida a privados, e tendo estado prestes a ser destruída, ela viria a ser poupada da ruína por condicionantes económicas. Mais recentemente, foi projectada a sua reconversão em pólo museológico, tendo, para isso, sido submetida a um restauro integral, nos primeiros anos da década de 80 do século XX. Particularmente importante, neste processo, foi a total reformulação do interior e consequente divisão em quatro andares, organização que poderá não corresponder à primitiva definição espacial, uma vez que, em alguns pontos, ainda se observam consolas de apoio a pavimentos. A Câmara Municipal de Vila Real, que actualmente detém a gestão do edifício, tem em projecto a instalação de um Museu de Heráldica. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 4 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 8 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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Tesouros Artísticos de Portugal | ALMEIDA, José António Ferreira de | Edição | 1976 | Lisboa | |
Solares Portugueses | AZEVEDO, Carlos de | Edição | 1988 | Lisboa | |
Paços Medievais Portugueses | SILVA, José Custódio Vieira da | Edição | 2002 | Lisboa | Tipo : Colecção - Arte e Património Esta obra corresponde à tese de doutoramento apresentada por José Custódio Vieira da Silva à Universidade Nova de Lisboa sobre a génese e a evolução da casa senhorial em Portugal. Engloba o estudo de várias habitações régias e senhoriais, algumas das quais afectas ao IPPAR e propõe novos roteiros de visita e diversas fontes de interesse científico. |
Roteiro dos castelos de Trás-os-Montes | VERDELHO, Pedro | Edição | 2000 | Chaves | |
O Gótico vila-realense do século XV | GONCALVES, António Nogueira | Edição | 1941 | Coimbra | |
"Torre de Quintela", O Archeologo Português, Lisboa, vol. 10, 1905, p. 292 - 295 | BOTELHO, Henrique | Edição | 1905 | ||
Torre de Quintela | PLÁCIDO, Manuela Alves | Edição | 1986 | Vila Real | |
"Roteiro arqueológico e artístico do Concelho de Vila Real", Juventude com História | PARENTE, João Ribeiro | Edição | 1999 | Vila Real | p. 95 |
Torre de Quintela - Vista geral
Torre de Quintela - Faces lateral e posterior
Torre de Quintela - Registo superior com balcões de matacães
Torre de Quintela - Registo superior com balcões de matacães e ameias
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