Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Arco da Rua do Souto
Designação
DesignaçãoArco da Rua do Souto
Outras Designações / PesquisasPorta Nova / Castelo e Cerca Urbana de Braga (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Arco
TipologiaArco
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Braga/Braga (Maximinos, Sé e Cividade)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo da Porta NovaBraga Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.550232-8.429353
DistritoBraga
ConcelhoBraga
FreguesiaBraga (Maximinos, Sé e Cividade)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO Arco da Rua do Souto foi aberto na muralha que circundava a cidade de Braga no início do século XVI, por iniciativa do então Bispo D. Diogo de Sousa, responsável pelo grande impulso de desenvolvimento que fez crescer a localidade, não apenas em termos urbanos, mas também culturais. De facto, foi graças à visão deste prelado que Braga se transformou "na nova Bracara Augusta" com "novos templos, hospital, mercado, Paços do Concelho (...) (PEREIRA, 1989, p. 97).
Conhecida por Porta Nova, situava-se no topo de uma das artérias mais relevantes, a Rua do Souto ou rua do comércio. Todavia, o arco que hoje conhecemos adquiriu a sua actual configuração apenas no século XVIII, por iniciativa do Arcebispo D. Gaspar de Bragança que na segunda metade de Setecentos, encarregou, muito possivelmente, André Soares, da sua concepção.
Na realidade, grande parte das acções patrocinadas por D. Diogo de Sousa e seus sucessores foram, nesta época, alteradas ou remodeladas, e o caso do Arco da Porta Nova é bem um exemplo deste movimento de actualização estética da cidade, de cariz tardo-barroco e rococó, no qual André Soares foi uma figura preponderante.
O projecto do novo arco de Braga tem vindo a ser atribuído a este artista, muito embora a sua concretização (1772) seja já posterior à sua morte, ocorrida em 1769 (SMITH, 1973, p. 34). Pouco se conhece sobre a formação de André Soares, que deverá ser enquadrada no âmbito da construção do Bom Jesus do Monte, e no contexto da obra de arquitectos como Manuel Fernandes da Silva ou do entalhador Marceliano de Araújo. Ou seja, na herança de todo um passado barroco, que depois o arquitecto desenvolveu num sentido rococó, para o qual foi determinante o contacto com as estampas de linguagem assimétrica de Augsburgo (SMITH, 1973, p. 496).
Todavia, o Arco da Porta Nova terá sido uma das suas últimas obras, que se caracteriza pela maior depuração decorativa e grandeza das formas. De certo modo, esta arquitectura, que marca uma das entradas da cidade, é o culminar de todo um percurso onde se incluem edifícios como a Casa da Câmara, ou a igreja dos Congregados. De acordo com Robert Smith, a importância do Arco da Porta Nova materializa-se nas analogias e semelhanças com outros trabalhos de André Soares, de tal forma que chega mesmo a afirmar que aqui se encontram "elementos de todas as fases da obra de André Soares, em Braga" (SMITH, 1973, p. 35).
De facto, os seus últimos trabalhos anunciam uma abertura ao neoclassicismo, e estas duas vias convergem precisamente no Arco, reflectidas na composição de cada uma das faces. Se a face virada para a Rua do Souto denota a influência barroca, a oposta denuncia a emergência do neoclassicismo (PEREIRA, 1989, p. 457). Contudo, é precisamente esta linguagem de pendor clacissizante que tem levado Eduardo Pires de Oliveira a aproximar o Arco da Porta Nova do trabalho de Carlos Amarante (SERRÃO, 2003, p. 272).
Na face exterior, o Arco, de volta perfeita, é enquadrado por duas pilastras de cada lado, que suportam um frontão interrompido, com pináculos laterais. Ao centro encontra-se o brasão do arcebispo D. Gaspar de Bragança, a imagem alegórica de Braga (c.1715, vinda dos alpendres da Porta do Souto, SMITH, 1973, p. 35) e as armas de Portugal, que mantêm uma linguagem rococó. Na face oposta, o monumento apresenta apenas uma pilastra de cada lado, e os elementos que o compõem denotam um maior movimento, próprio das obras de Soares realizadas em meados do século. Se a obra de André Soares imprimiu a Braga uma importante marca tardo-barroca e rococó, o Arco da Rua Nova tem de ser entendido enquanto uma das suas mais significativas intervenções urbanas.
Em todo o caso, este monumento testemunha não apenas o relevante mecenato religioso naquela que é conhecida como a cidade dos arcebispos mas, também, o anúncio de um novo tempo artístico - o neoclassicismo -, que se viria a impor com a obra de Carlos Amarante.
Rosário Carvalho
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCasa dos Biscaínhos
Outra Classificação
Nº de Imagens7
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Três artistas de Braga (1735-1775)", Bracara Augusta (Actas do Congresso a Arte em Portugal no século XVIII)SMITH, Robert C.Edição1973BragaTomo II
André Soares, arquitecto do MinhoSMITH, Robert C.Edição1973Lisboa
"SOARES, André", Dicionário da Arte Barroca em PortugalPEREIRA, José FernandesEdição1989Lisboa
"Braga", Dicionário da Arte Barroca em PortugalPEREIRA, José FernandesEdição1989Lisboa

IMAGENS

Arco da Rua do Souto (Porta Nova) - Face poente

Arco da Rua do Souto (Porta Nova) - Face poente: registo superior

Arco da Rua do Souto (Porta Nova) - Face nascente: remate com nicho

Arco da Rua do Souto (Porta Nova) - Face nascente: vista geral

Arco da Rua do Souto (Porta Nova) - Face nascente: remate

Arco da Rua do Souto (Porta Nova) - Face poente (DGEMN)

Arco da Rua do Souto (Porta Nova) - Face poente reproduzida em Bilhete Postal (DGEMN)

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt