Fragas de Panóias / Santuário de Panóias | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Fragas de Panóias / Santuário de Panóias | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Fragas de Panóias / Santuário de Panóias (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arqueologia / Santuário | ||||||||||||
Tipologia | Santuário | ||||||||||||
Categoria | Arqueologia | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Vila Real/Vila Real/Constantim e Vale de Nogueiras | ||||||||||||
Endereço / Local |
| ||||||||||||
Distrito | Vila Real | ||||||||||||
Concelho | Vila Real | ||||||||||||
Freguesia | Constantim e Vale de Nogueiras | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Declaração de retificação n.º 208/2016, DR, 2.ª série, n.º 39, de 25-02-2016 (retificou a freguesia e o distrito no texto e a freguesia na planta) (ver Declaração) Anúncio n.º 69/2016, DR, 2.ª série, n.º 29, de 11-02-2016 (ver Anúncio) Despacho de 5-01-2016 do diretor-geral da DGPC a determinar a abertura do procedimento de ampliação da classificação como MN e de redenominação para Santuário de Panóias Proposta de 26-10-2015 da DRC do Norte para a ampliação da classificação como MN e de redenominação para Santuário de Panóias Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Despacho de 5-01-2016 do diretor-geral da DGPC a determinar a suspensão do procedimento de revisão da ZEP, atendendo ao despacho da mesma data que determinou a ampliação da classificação existente Nova proposta de 26-10-2015 da DRC do NorteAnúncio n.º 2669/2012, DR, 2.ª série, n.º 28, de 8-02-2012 (ver Anúncio) Parecer favorável de 26-10-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura Proposta de alteração de 20-01-2009 da DRC do Norte Portaria de 13-07-1951, publicada no DG, II Série, n.º 189, de 16-08-1951 (com ZNA) | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | Portaria de 13-07-1951, publicada no DG, II Série, n.º 189, de 16-08-1951 | ||||||||||||
CLASS_NAME | Sítio | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9913229 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | O Santuário de Panóias, durante muitos anos denominado Fragas de Panóias, foi alvo de variados estudos desde o séc. XVIII até aos nossos dias, por parte de investigadores nacionais e estrangeiros. Cabe aqui referir A. Gonçalves de Aguiar (1721), J. Contador de Argote (1732/34), F. F. Pereira (1836), Alexandre Herculano (1839), E. Hubner (1869/92), G. Pereira (1895), J. Leite de Vasconcelos (1888/97), Félix Alves Pereira (1906), F. Russell Cortez (1947), S. Lambrino (1953), A. Garcia y Bellido (1955), e, mais recentemente, J. Alarcão (1976), A. Tranoy (1981),), Armando Coelho F. Silva (1986), J. R. dos Santos Júnior (1989), T. Hauschild (1995), Géza Alföldy (1997) e A. R. Colmenero (1999).
É constituído por um recinto onde se encontram três (entre outras) grandes fragas onde foram talhadas várias cavidades, de diversos tamanhos, bem como escadas de acesso. Numa das rochas foram também gravadas inscrições. Uma das inscrições, embora existisse ainda no séc. passado, foi destruída, no entanto, além da sua leitura, sabemos onde estava localizada. Existem hoje três inscrições em latim e uma em grego, e nelas estão as instruções dos rituais celebrados em Panóias, a identificação dos deuses e a do dedicante. Podem traduzir-se da seguinte maneira: "G.C. Calpurnius Rufinus consagrou dentro do templo (templo entendido como recinto sagrado), uma aedes, um santuário, dedicado aos Deuses Severos" "Aos Deuses e Deusas e também a todas as divindades dos Lapitaes, Gaius C. Calpurnius Rufinus, membro da ordem senatorial, consagrou com este recinto sagrado para sempre uma cavidade, na qual se queimam as vítimas segundo o rito." "Ao altíssimo Serápis, com o Destino e os Mistérios, G. C. Calpurnius Rufinus, claríssimo." "Aos deuses, G. C. Calpurnius Rufinus, claríssimo, com este (templo) oferece também uma cavidade para se proceder à mistura." Com base nos estudos sobre o monumento, podemos hoje dizer que tivemos no local um ritual de iniciação com uma ordem e um itinerário muito precisos - a matança das vítimas, o sacrifício do sangue, a incineração das vítimas, o consumo da carne, a revelação do nome da autoridade máxima dos infernos, e por fim a purificação. Hoje em qualquer das três rochas temos vestígios dos pequenos templos que eram parte integrante do recinto. Restam também as diferentes cavidades rectangulares que serviam para queimar as vísceras, uma cavidade redonda-gastra, para assar a carne, e ainda uma outra onde se procedia à limpeza do sangue, gordura e azeite. Outras cavidades estavam relacionadas com os pequenos templos existentes, e destinar-se-iam a guardar os instrumentos sagrados usados nos rituais. Temos portanto em Panóias testemunhos de um rito de iniciação dos mistérios das divindades infernais. As prescrições identificam-se como partes de uma lei sagrada, mas aplicadas a um local concreto e preciso. A escolha deste local não foi portanto feita ao acaso, mas sim fruto de critérios específicos e previamente estabelecidos. A topografia do local desempenhou aqui um importante papel. C. G. Calpurnius Rufinus, senador, que introduziu este culto em Panóias, onde já haveria um culto indígena, deve ter sido um alto funcionário do governo provincial romano. A sua língua original foi o grego, mas na inscrição o uso da palavra "mystaria" em vez de "mysteria" demonstra o uso de um dialecto dórico ou pseudo-dórico. Os dados sobre a sua origem permitem supor com grande probabilidade que sejam Perge de Panfilia, cidade de tradição dórica e um dos centros do culto de Serápis, e situada na Ásia Menor. A sua presença nesta região não deverá ser alheia à exploração de ouro efectuada em Três Minas e Jales (Vila Pouca de Aguiar). A construção deste recinto sagrado teria sido realizada neste local entre os finais do Séc. II e os inícios do Séc. III. [OSousa] | ||||||||||||
Processo | 0.0 Km - Partida de Vila Real, em frente ao Quartel do 13º Regimento de Infantaria, pela estrada N322 para Sabrosa. 0.7 Km - Passar sobre ponte 2.7 Km - No extremo de Abambres, virar à esquerda no cruzamento para Sabrosa. 3.0 Km - Numa curva, entrada do Palácio de Mateus à direita.5.0 Km - Entrada em Constantim.5.8 Km - No extremo oposto de Constantim, no cruzamento, seguir à esquerda pela estrada que sobe; sinal 1 Km Panóias.7.2 Km - Sinal amarelo à direita indica Panóias. Virar à direita e seguir para o parque de estacionamento junto à cerca. | ||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 19 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 18 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
---|---|---|---|---|---|
Apontamentos arqueológicos | LOPO, Albino dos Santos Pereira | Edição | 1987 | Lisboa | |
Roman Portugal | ALARCÃO, Jorge Manuel N. L. | Edição | 1988 | Warminster | Publicado a 1988 |
A Cultura Castreja no Noroeste de Portugal | SILVA, Armando Coelho Ferreira da | Edição | 1986 | Paços de Ferreira | |
Circulação Monetária no Noroeste de Hispânia até 192 | CENTENO, Rui Manuel Sobral | Edição | 1987 | Porto | |
"Coisas Velhas", O Arqueólogo Português | VASCONCELLOS, José de Leite de | Edição | 1917 | Lisboa | 1ª série, 22, p. 107-169 |
"Roteiro arqueológico e artístico do Concelho de Vila Real", Juventude com História | PARENTE, João Ribeiro | Edição | 1999 | Vila Real | p. 95 |
Aqvae Flaviae I. Fontes Epigráficas da Gallaecia Meridional Interior | RODRÍGUEZ COLMENERO, António | Edição | 1997 | Chaves | |
Aqvae Flaviae I. Fontes Epigráficas da Gallaecia Meridional Interior | AIRES, Firmino | Edição | 1997 | Chaves | |
Aqvae Flaviae I. Fontes Epigráficas da Gallaecia Meridional Interior | ALCORTA, Enrique | Edição | 1997 | Chaves | |
Corpus-Catalogo de inscripciones rupestres de epoca romana del cuadrante Noroccidental de la Peninsula Iberica | RODRÍGUEZ COLMENERO, António | Edição | 1993 | Coruña | Larouco, Anejo n.º 1 |
Catálogo do Museu de Arqueologia da Sociedade Martins Sarmento: secção de epigrafia latina e de escultura antiga | CARDOZO, Mário | Edição | 1985 | Guimarães | |
"Catalogo do Museu Archeologico", Revista de Guimarães | GUIMARÃES, A. Oliveira | Edição | 1901 | Guimarães | 18:1-2, pp. 38-72 |
La Galice romaine: recherches sur le nord-ouest de la penínsule ibérique dans l'Antiquité | TRANOY, Alain | Edição | 1981 | Paris | Maison des Pays Ibériques, 7 |
"II. Inscriptiones Hispaniae Latinae", CIL Corpus Inscriptionum Latinarum | HUBNER, Emil | Edição | 1869 | Berlin | 2, p. 828 |
"Les divinités orientales en Lusitanie et le sanctuaire de Panóias", Bulletin des Études Portugaises et de l'Institut Français au Portugal | LAMBRINO, Scarlat | Edição | 1953 | Coimbra | 17, p. 93-129 |
"Cividade dos Lapiteas. Subsídios para o estudo dos cultos orientais e da vida provincial romana na região do Douro", Anais do Instituto do Vinho do Porto | CORTEZ, Fernando Russell | Edição | 1947 | Porto | 8, pp. 237-307 |
"Breves considerações sobre o santuário romano de Panóias", Revista de Estudos Transmontanos | PINHO, Luís Miguel B. B. da Silva | Edição | 1993 | Vila Real | 5, pp. 175-187 |
"Estudos sobre Panoias", O Arqueólogo Português | VASCONCELLOS, José de Leite de | Edição | 1897 | Lisboa | 3, pp. 58-61, 177-180 |
Memórias para a história ecclesiástica do arcebispado de Braga Primaz das Hespanhas, dedicadas a El Rey D. João | ARGOTE, Jerónimo Contador de | Edição | 1732 | Lisboa | 4 vols |
Panóias | OLIVEIRA, Alberto de Souza | Edição | 2005 | Vila Real | O Santuário de Panóias surge agora impresso nos desenhos do Arquitecto Alberto de Souza Oliveira, evocando a beleza natural do sítio e convocando os complexos rituais que aqui se celebram desde os primeiros séculos da nossa era. |
Fragas de Panóias - Vista geral
Fragas de Panóias - Afloramentos graníticos
Fragas de Panóias - Vista parcial da rocha n.º 1, com a inscrição n.º 2 em primeiro plano
Fragas de Panóias - Vista parcial da rocha n.º 2, onde se situava um dos templos
Fragas de Panóias - Vista geral da rocha n.º 3
Fragas de Panóias - Vista parcial da rocha n.º 3
Fragas de Panóias - Vista parcial da rocha n.º 3
Fragas de Panóias - Rampa existente junto à rocha n.º 3
Fragas de Panóias - Rampa existente junto à rocha n.º 3
Fragas de Panóias - Planta com a delimitação e a proposta de alteração de ZEP (não está em vigor)
Fragas de Panóias - Portaria publicada no DG, 2.ª série, n.º 189, de 16-08-1951 - Texto e planta do diploma
Santuário de Panóias - Planta com a delimitação (Fráguas de Panóias) e a ZEP em vigor, e a área em vias de classificação e a ZGP em vigor
Fragas de Panóias - Interior do centro interpretativo: escadas na zona de recepção (Intervenção de recuperação e valorização)
Fragas de Panóias - Interior do centro interpretativo (Intervenção de recuperação e valorização)
Fragas de Panóias - Interior do centro interpretativo: recepção (Intervenção de recuperação e valorização)
Fragas de Panóias - Interior do centro interpretativo: pequeno auditório (Intervenção de recuperação e valorização)
Fragas de Panóias - Vista parcial
Fragas de Panóias - Vista parcial
Fragas de Panóias - Vista parcial
Palacete Vilar de Allen
Rua António Cardoso, nº 175
4150-081 Porto, Portugal
NIF 517 842 920
Tel. +351 226 000 454
geral@patrimoniocultural.gov.pt