Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Mosteiro de Odivelas, compreendendo os túmulos de D. Dinis e de sua filha
Designação
DesignaçãoMosteiro de Odivelas, compreendendo os túmulos de D. Dinis e de sua filha
Outras Designações / PesquisasMosteiro de São Dinis / Mosteiro de São Bernardo de Odivelas / Mosteiro de Odivelas / Mosteiro de São Dinis e São Bernardo / Antigo Instituto de Odivelas (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Mosteiro
TipologiaMosteiro
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Odivelas/Odivelas
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo de D. DinisOdivelas Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.79129-9.182809
DistritoLisboa
ConcelhoOdivelas
FreguesiaOdivelas
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria n.º 629/2013, DR, 2.ª série, n.º 182, de 20-09-2013 (sem restrições) (ZEP do Mosteiro de Odivelas, do Memorial de Odivelas e da Igreja do Santíssimo Nome de Jesus, Matriz de Odivelas) (ver Portaria)
Anúncio n.º 197/2013, DR, 2.ª série, n.º 107, de 4-06-2013 (ver Anúncio)
Despacho de 25-05-2012 do diretor-geral da DGPC a determinar a audiência dos interessados sobre a ZEP (conjunta) dos três imóveis classificados
Nova proposta de 18-05-2012 da DRC de Lisboa e Vale doTejo (idêntica à anterior)
Despacho de 3-01-2012 do diretor do IGESPAR, I.P. a devolver o processo à DRC de Lisboa e Vale do Tejo
Parecer favorável de 19-12-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura, propondo a fixação de três ZEP individuais, mas coincidentes
Proposta de alteração de 22-11-2011 da CM de Odivelas
Declaração de rectificação n.º 1519/2011, DR, 2.ª série, n.º 195, de 11-10-2011 (ver Declaração)
Anúncio n.º 13024/2011, DR, 2.ª série, n.º 180, de 19-09-2011 (ver Anúncio)
Despacho de homologação de 20-01-2010 da Ministra da Cultura
Parecer favorável de 23-04-2008 do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P.
Proposta de 31-03-2005 da DRC de Lisboa e Vale do Tejo para ZEP Conjunta do Mosteiro, da Igreja Matriz e do Memorial de Odivelas
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
O Mosteiro de São Dinis e São Bernardo de Odivelas situa-se no Largo D. Dinis, próximo da zona histórica da cidade e de uma área agricultada. A qualidade dos solos, a presença da Ribeira de Odivelas, bem como o isolamento do sítio na época da fundação do Mosteiro foram sem dúvida fundamentais para a escolha do local.
A edificação deste cenóbio irá iniciar-se em 1295 contando, desde logo, com o apoio da coroa e da nobreza. Dez anos depois era já possível acolher o primeiro grupo de monjas bernardas, devendo-se a orientação da obra, que se prolongou por mais anos, aos arquitetos Antão e Afonso Martins que deixaram as suas siglas em numerosos silhares.
Ponto fulcral dos mosteiros cistercienses, o conjunto de Odivelas estrutura-se em torno do seu claustro, ele próprio estabelecido em função da rede hidrográfica do local. O claustro, por sua vez, determinará também a edificação da igreja do lado Sul, algo pouco comum.
Da primitiva construção pouco resta: apenas a cabeceira da igreja, com seu portal lateral Sul (dotado de narthex) e parte do claustro. A cabeceira integra-se na perfeição no chamado Gótico dionisino, de perfil tripartido (com capela-mor mais ampla e alta que os absidíolos) e de planta exterior poligonal, com contrafortes nos ângulos que permitem a abertura, nos panos médios da capela-mor, de grandes janelões verticais de duplo lume. No interior, a hierarquização destes espaços encontra materialização efetiva na luminosidade, sendo a capela-mor abundantemente iluminada e os absidíolos apenas escassamente, passando aqui os janelões de duplo lume a estreitas frestas verticais, reforçando-se o estatuto das capelas laterais como dependências anexas pela baixa abóbada de cruzaria de ogivas e de nervuras bem salientes.
Ao longo dos séculos, foram muitas as alterações verificadas no conjunto monacal. Logo no século XV (1424), a rainha D. Filipa de Lencastre instituiu uma capela, anexa ao absidíolo Sul e associada ao portal lateral da igreja. A gramática arquitetónica deste espaço é semelhante à da cabeceira, mantendo a planta poligonal, mas os elementos decorativos são diferentes, assim como a dimensão dos vãos. Mais importantes foram as obras quinhentistas, século a que corresponde o Claustro da Moura e diversas obras na parte monacal. Um pouco por todo o mosteiro, encontram-se elementos manuelinos, materiais que provam uma dinâmica construtiva alargada durante a primeira metade do século XVI.
As obras continuaram pelos tempos seguintes, em particular pelos séculos XVII e XVIII. A última grande campanha ocorreu após o terramoto de 1755, altura em que o corpo da igreja abateu e numerosas dependências monacais ficaram afetadas. A reconstrução da igreja privilegiou um espaço amplo, sem divisórias, com arcos extremos de volta perfeita e abatidos, que suportam uma abóbada de lunetas. Neste espaço podem ver-se dois importantes túmulos góticos do século XIV, um dos quais do rei D. Dinis, com jacente e faciais decorados com edículas trilobadas onde se integram religiosos, obra cimeira da nossa arte tumular medieval.

História
A motivação de D. Dinis em fundar um mosteiro cisterciense neste local como ação de graças, encontra eco numa lenda que narra o ataque de um urso quando o monarca passeava sozinho junto à ribeira de Odiana.
Para além das destruições causadas pelos sismos, as invasões francesas deixaram, também, as suas marcas de vandalismo.
Na sequência da morte da última religiosa, em 1886, o Mosteiro é entregue à Fazenda Nacional tendo depois servido de acolhimento às órfãs de oficiais do Exército. Em 1942 é criado o Instituto de Odivelas extinto em 2013.
Dado o mau estado de conservação do túmulo de D. Dinis iniciou-se, no final de 2016, uma intervenção de conservação e restauro com o apoio da Câmara Municipal de Odivelas, Colégio Militar e Direção-Geral do Património Cultural.

Paulo Fernandes/IPPAR/2004/Atualizado por Maria Ramalho/DGPC/2016
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens18
Nº de Bibliografias22

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A Arquitectura Gótica em PortugalCHICÓ, Mário TavaresEdição1981Lisboa
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
"A Arquitectura (1250-1450)", História da Arte Portuguesa, dir. Paulo Pereira, vol. I, pp.335-433PEREIRA, PauloEdição1995Lisboa
Routier des abbayes cisterciennes du PortugalCOCHERIL, MaurEdição1986Paris
História da Arte em Portugal, vol. IV (O Gótico)DIAS, PedroEdição1986Lisboa
Três túmulosCORREIA, VergílioEdição1924Lisboa
A escultura em Portugal (séculos XII-XV)SANTOS, Reinaldo dosEdição1948Lisboa
Odivelas. Um mosteiro cistercienseTOMÉ, Manuela Maria JustinoEdição2001Odivelas
"Mosteiro de Odivelas", Ocidente, vol.IXBARBOSA, Inácio de VilhenaEdição1886Lisboa
"Chronicas de Odivellas", Ocidente, vol. IXCHAGAS, PinheiroEdição1886Lisboa
O Mosteiro de Odivellas: casos de reis e memorias de freirasFIGUEIREDO, Borges deEdição1889Lisboa
A expansão da arquitectura borgonhesa e os mosteiros de Cister em Portugal. Ensaio de arqueologia da Idade MédiaGUSMÃO, Artur Nobre deEdição1956Lisboa
O Mosteiro de Odivelas no século XIV: património e gestão, Dissertação de Mestrado em História Medieval apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de LisboaPINTO, Margarida Isabel da SilvaEdição2000Lisboa
Núcleo histórico de Odivelas: caracterização e bases para uma proposta de salvaguarda, 2 vols., Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade de ÉvoraLIXA, FlorindaEdição1997Évora
Mosteiro de S. Dinis de Odivelas. Estudo histórico-arquitectónico. Acções para a salvaguarda do património edificacdo, Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade de ÉvoraTOMÉ, Manuela Maria JustinoEdição1995Évora
Contribuição para o estudo dos azulejos do Instituto de OdivelasSARAIVA, Carlota AbrantesEdição1986Lisboa
O Instituto de Odivelas. Breve notícia históricaSARAIVA, Carlota AbrantesEdição1978Lisboa
"A rainha D. Filipa de Lencastre no Mosteiro de Odivelas", Olisipo, nº 120MACHADO, J. T. MontalvãoEdição1967Lisboa
D. Dinis e o Mosteiro de Odivelas, Catálogo de exposiçãoAZEVEDO, Maria Antonieta Soares deEdição1961Odivelas
"As inscrições lapidares do Mosteiro de Odivelas", Anais da Academia Portuguesa de História, nº10, pp.39-109SOUSA, J. M. Cordeiro deEdição1960Lisboa
Escultura portuguesa funerária do século XV, 3 vols., Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de LisboaDIONÍSIO, DavidEdição1990Lisboa
"O claustro da Sé de Lisboa: uma arquitectura «cheia de imperfeições»?", Murphy, nº1, pp.18-69FERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2006Coimbra

IMAGENS

Mosteiro de Odivelas - Cabeceira da igreja

Mosteiro de Odivelas - Cabeceira da igreja, capela quatrocentista e galeria anexa

Mosteiro de Odivelas - Cabeceira e capelas colaterais da igreja

Mosteiro de Odivelas - Interior da capela-mor: vista geral

Mosteiro de Odivelas - Interior da igreja: parede da nave do lado da Epístola

Mosteiro de Odivelas - Claustro maior: quadra central

Mosteiro de Odivelas - Claustro maior: quadra central

Mosteiro de Odivelas - Claustro maior: quadra central

Mosteiro de Odivelas - Claustro maior: galeria do piso térreo (anexa à igreja)

Mosteiro de Odivelas - Claustro maior: galeria do piso térreo (anexa ao refeitório das monjas)

Mosteiro de Odivelas - Claustro da moura: galeria

Mosteiro de Odivelas - Claustro da moura: quadra central

Mosteiro de Odivelas - Galeria exterior que comunica com o antigo transepto da igreja

Mosteiro de Odivelas - Portal da capela quatrocentista anexa à cabeceira primitiva

Mosteiro de Odivelas - Planta de localização e Zona de Protecção do conjunto classificado, até ser fixada a ZEP

Mosteiro de Odivelas - Planta com a delimitação do conjunto e a ZEP homologada pela MC (a ZEP só entra em vigor após publicação no DR)

Mosteiro de Odivelas - ZP fixada pelo Ministério das Obras Públicas, a qual não se aplica ao Ministério da Cultura

Mosteiro de Odivelas - Planta com a delimitação e a ZEP em vigor

MAPA

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