Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Memorial da Alpendurada
Designação
DesignaçãoMemorial da Alpendurada
Outras Designações / PesquisasMemorial de Alpendorada (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Memorial
TipologiaMemorial
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Marco de Canaveses/Alpendorada, Várzea e Torrão
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Lugar do MemorialAlpendurada Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.088893-8.2472
DistritoPorto
ConcelhoMarco de Canaveses
FreguesiaAlpendorada, Várzea e Torrão
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12736127
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA existência de "memoriais", ou "marmoriais", está atestada para o território português desde, pelo menos, o século X e são múltiplas as formas que as Inquirições do século XIII registaram (SILVA, 1987, p.89), num sintoma que deve ser interpretado como de maior concentração e diversidade deste tipo de monumentos e da sua inequívoca relevância na paisagem, como ponto de referência. Apesar disso, e do número de memoriais em relativo bom estado de conservação que chegaram até aos nossos dias, são ainda muitas as dúvidas a respeito da funcionalidade desta forma monumental. A mais consensual é a que a relaciona estas estruturas com um conteúdo funerário celebrativo, de uma ou mais pessoas (FERNANDES, 1983, p.98), característica que se associa a uma inegável intenção simbólica, que perdurou para cá da própria função inicial (SILVA, 1987, p.95).
O memorial de Alpendurada segue um padrão comum a outros monumentos análogos na região do Douro, de que se destacam os de Irivo (Penafiel), e Burgo (Arouca). Esta proximidade estilística faz com que se possa equacionar uma relativa contemporaneidade entre eles, remetendo o conjunto para os meados do século XIII, altura em que se pensa ter sido edificado o de Burgo, por ocasião do cortejo fúnebre da rainha Santa Mafalda, do Porto até ao mosteiro de Arouca, onde recebeu sepultura. No entanto, o facto de não apresentar qualquer decoração, a par da pouca monumentalidade do memorial, são indicadores que devem motivar algumas reservas nesta apreciação cronológica e suscitar a hipótese de se tratar de uma obra ligeiramente anterior a essa data.
Integralmente construído em granito, o monumento apresenta uma estrutura verticalmente tripartida em dupla face. A base compõe-se por plinto de duas fiadas de silhares bem aparelhados, que formavam uma espécie de caixa onde, de acordo com Abílio MIRANDA, 1937, pp.12-13, se abriam duas cavidades, de tipologias distintas, preenchidas por dois túmulos, "naturalmente de marido e esposa". A parte central do monumento corresponde a um arco de volta perfeita, formado por dez aduelas sem decoração, que enquadravam essa cavidade sepulcral. Finalmente, a estrutura é coroada por remate horizontal antecedido por cornija moldurada, cuja secção central apresenta talhe em duas águas, à maneira de telhado.
A ausência de decoração e a sobriedade do conjunto é uma das características mais importantes, que contrasta com a solução encontrada para o memorial de Burgo, cujos motivos ornamentais permitiram aproximá-lo da escola românica do mosteiro de Paço de Sousa. Em Alpendurada, existe um único elemento que mereceu um tratamento escultural, concretamente a tampa da suposta cavidade sepulcral, que foi decorada com espada de punho esférico. Este símbolo destinava-se certamente a identificar o/s tumulado/s, mas a sua memória não chegou até hoje.
Em anos recentes, o memorial foi deslocado do seu local original, devido à abertura da EN 210. Também esta iniciativa teve como resultado uma inequívoca "monumentalização" do conjunto, uma vez que este acabou por ficar em plano superior ao da própria via, tutelando a passagem a todos que a percorrem. Em 1976, procedeu-se a uma consolidação da base, mas nenhuma outra campanha restauradora foi, até agora, identificada.
PAF
ProcessoLugar do Memorial
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias9

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Necrópoles e sepulturas medievais de Entre-Douro-e-Minho: séculos V a XVBARROCA, Mário JorgeEdição1987PortoTese de aptidão pedagogica Publicado a 1987
"Toponímia taraucense", Beira Alta, vol. XLIIFERNANDES, A. de AlmeidaEdição1983Viseu
Marco de Canaveses. Sepulturas medievais concelhias, vol. 2 (Sepulturas com lajes de cobertura e túmulos móveis)SILVA, João Belmiro P. daEdição1990Marco de Canaveses
Descrição histórica, corográfica e folclórica de Marco de CanavesesAGUIAR, Manuel Vieira deEdição1947
O Minho PittorescoVIEIRA, José AugustoEdição1887Lisboa
"Acêrca dos marmoriais", Douro Litoral, vol. VI, pp.10-11VITORINO, PedroEdição1943Porto
"Os marmoriais", Douro Litoral, vol.V, separataVITORINO, PedroEdição1942Porto
"O memorial de Santo António (Sta. Eulália, Arouca) e os "marmoirais" medievais : uma revisão da sua problemática e propostas para uma análise globalizante", Actas das I Jornadas de História e Arqueologia do Concelho de Arouca, pp.77-100SILVA, António Manuel dos Santos PintoEdição1987Arouca
"Sepulturas medievais", Terras de Penafiel, vol.1MIRANDA, AbílioEdição1937Penafiel

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