Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Paços de Évora (restos)
Designação
DesignaçãoPaços de Évora (restos)
Outras Designações / PesquisasPalácio de D. Manuel / Palácio Real de São Francisco / Paço Real de Évora / Paço de D. Manuel (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Palácio
TipologiaPalácio
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaÉvora/Évora/Évora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Jardim Público de ÉvoraÉvora Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.567766-7.909198
DistritoÉvora
ConcelhoÉvora
FreguesiaÉvora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria publicada no DG, II Série, n.º 12, de 15-01-1956 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria publicada no DG, II Série, n.º 12, de 15-01-1956
CLASS_NAMEMonumento
Património MundialAbrangido por conjunto inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO, que, ao abrigo do n.º 7 do art.º 15.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro, se encontra classificado como MN
Património Mundial DesignaçãoCentro Histórico de Évora
Cadastro
AFECTACAO181502
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaAs obras de construção do Paço Real de Évora terão começado em torno de 1468, por iniciativa de D. Afonso V (PINHO LEAL, 1890), ocupando parte das dependências do grande Convento de São Francisco, ao qual foi progressivamente ganhando território, contra a vontade dos frades. O novo paço começa por tomar a Sala dos Estudos do convento, onde foi instalada a primeira Livraria do reino, destinada a uso da Corte.
Foi com D. João II que o andamento do edifício tomou maior impulso. O casamento de D. Isabel de Castela, mais tarde mulher de D. Manuel e rainha de Portugal, com o príncipe D. Afonso, então herdeiro da coroa, levou à construção de um palácio provisório, em madeira, onde se celebraram as bodas. Esta construção, provavelmente abandonada após a prematura morte do príncipe, foi desmantelada já no reinado de D. Manuel, dando lugar a um jardim e ao melhoramento das hortas e laranjal já existentes. As obras do palácio foram retomadas pelo monarca, datando de c. 1510 a chamada Galeria das Damas (ESPANCA, 1993), de traço atribuível a Martim Lourenço, mestre das obras vizinhas do Convento e Igreja de São Francisco, de encomenda régia, e talvez igualmente a Diogo de Arruda (nomeado para o cargo de arquitecto dos paços régios em 1525). A direcção dos trabalhos pertenceu a Álvaro Velho, escudeiro real e vedor das obras do reino.
A família real esteve alojada no Paço de Évora durante largas temporadas, ocasiões para realização de Cortes, nascimentos de príncipes e princesas, e actividades recreativas e culturais como a representação de autos, tendo sido aí apresentadas à corte seis peças de Gil Vicente. D. João III continuou as obras e acrescentou o palácio, terminando ainda os arranjos exteriores do laranjal, antigos hortos conventuais e ajardinamentos. O palácio continuou a receber monarcas e corte até ao reinado de Filipe II.
O declínio do conjunto teve início a partir de 1616, quando este rei cedeu aos frades franciscanos do convento uma série de dependências e terrenos do paço, adaptadas a dormitórios ou até abandonadas. À extinção das ordens religiosas, em 1834, seguiu-se a instalação em parte do edifício de algumas instâncias oficiais eborenses, a destruição de uma larga zona para instalação do Mercado Municipal, e por fim todo o conjunto foi vendido e destruído. Do núcleo quinhentista resta apenas a chamada Galeria das Damas, restaurada pela Direcção-Geral dos Monumentos Nacionais a partir da década de 40.
Este elegante pavilhão é composto por dois corpos alongados, interrompidos ao centro por um torreão central avançado com três pisos. O corpo norte conserva o alpendre manuelino, de abóbada de ogivas e quatro tramos de arcos de volta perfeita, aberto para norte, este e oeste, e reforçado por botaréus chanfrados. Por cima da alpendrada, a galeria com arcadas envidraçadas é resultado das profundas alterações que o edifício sofreu a partir do século XIX, não conservando nenhum elemento quinhentista. O corpo sul, de menor comprimento, possui ainda a loggia com cinco arcos em ferradura, em estilo mudéjar, rematado por um terraço para onde abrem portas geminadas manuelinas, semelhantes às janelas que percorrem todo o piso superior. Ao centro, o torreão é rasgado por um varandim com arcos mainelados, aberto no primeiro andar, acessível através de uma larga portada manuelina, de ornamentação vegetalista. O terceiro piso é iluminado por preciosas janelas renascentistas, mais tardias. O conjunto é muito característico do estilo híbrido alentejano, com fortes influências mouriscas peninsulares, a par da decoração de base naturalista típica do tardo-gótico e estilo manuelino, com acrescentos de elegantes detalhes mais tardios, ao gosto romano. SML
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPMuralhas e fossos da cidade de Évora
Outra Classificação
Nº de Imagens12
Nº de Bibliografias11

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia
A Arquitectura ManuelinaDIAS, PedroEdição1988Porto
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
O Tardo-Gótico em Portugal, a Arquitectura no AlentejoSILVA, José Custódio Vieira daEdição1989Lisboa
Portugal antigo e moderno: diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias...PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa deEdição1990Lisboa
ÉvoraESPANCA, TúlioEdição1993LisboaCol. Cidades e Vilas de Portugal
Inventário Artístico de Portugal, vol. VII (Concelho de Évora - volume I)ESPANCA, TúlioEdição1966LisboaO vol. II é totalmente dedicado às ilustrações.
A Arquitectura do Renascimento em PortugalHAUPT, AlbrechtEdição1986Lisboa
"Palácio Real de S. Francisco, Évora", in Os mais belos palácios de PortugalGIL, JúlioEdição1992
El mudejarismo en la arquitectura portuguesa de la epoca manuelinaPEREZ EMBID, FlorentinoEdição1955Madrid
Portugal antigo e moderno: diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias...FERREIRA, Pedro AugustoEdição1990Lisboa
Palácio de D. Manuel, Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 79Edição1955

IMAGENS

Galeria das Damas, antigo Paço de D. Manuel - Vista geral (lado norte)

Galeria das Damas, antigo Paço de D. Manuel - Corpo norte e jardim público

Galeria das Damas, antigo Paço de D. Manuel - Pisos superiores do torreão central

Galeria das Damas, antigo Paço de D. Manuel - Corpo sul

Galeria das Damas, antigo Paço de D. Manuel - Janela manuelina geminada do corpo sul

Galeria das Damas, antigo Paço de D. Manuel - Corpo sul e torreão

Galeria das Damas, antigo Paço de D. Manuel - Lado sul. Loggia aberta com arcos de ferradura.

Galeria das Damas, antigo Paço de D. Manuel - Vista parcial do lado oeste

Galeria das Damas, antigo Paço de D. Manuel - Torreão

Galeria das Damas, antigo Paço de D. Manuel - Lado sul

Galeria das Damas, antigo Paço de D. Manuel - Lado sul

Galeria das Damas, antigo Paço de D. Manuel - Vista geral do lado norte

MAPA

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