Capela da Boa Nova (Terena) | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Capela da Boa Nova (Terena) | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Capela de Nossa Senhora da Boa Nova / Santuário de Nossa Senhora da Assunção da Boa Nova / Capela da Boa-Nova (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Capela | ||||||||||||
Tipologia | Capela | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Évora/Alandroal/Terena (São Pedro) | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Évora | ||||||||||||
Concelho | Alandroal | ||||||||||||
Freguesia | Terena (São Pedro) | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12699926 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Apesar das múltiplas dúvidas que se colocam a respeito da origem, construção e funcionalidade da igreja da Boa Nova de Terena, está para além de qualquer dúvida o estatuto desta obra como uma das mais importantes de quantas se realizaram em Portugal durante o século XIV. Com o grande monumento de Flor da Rosa e, parcialmente, com a fase gótica da igreja de Vera Cruz de Marmelar, a Boa Nova integra a tipologia de "igrejas-fortalezas", categoria histórico-artística que pretende diferenciar entre as construções religiosas fortificadas (como Leça do Balio) e as verdadeiras fortalezas, cuja planimetria, volumetria e espacialidade obedece, em tudo, a pressupostos militares (CHICÓ, 1954, p.115). O edifício que chegou até aos nossos dias data da primeira metade do século XIV - eventualmente do reinado de D. Afonso IV (DIAS, 1994, p.117) -, mas é de supor que tenha existido um outro, anterior, referido nas Cantigas de Santa Maria de Afonso X, o Sábio, e provavelmente edificado para igreja matriz da povoação de Terena (BRANCO, 1957, pp.12-14). Desconhece-se, todavia, qual a "data de fundação" do actual templo " e o respectivo fundador" (RODRIGUES e PEREIRA, 1986, p.85), factos que impedem uma mais rigorosa contextualização do projecto. O aspecto militar do conjunto e as múltiplas analogias para com a vizinha igreja de Flor da Rosa admitem a interpretação de a empreitada ter sido levado a cabo "dentro de uma ordem militar-religiosa, instituída em território a repovoar e com cunho defensivo acentuado" (IDEM, p.85). As características militares do templo são bem visíveis pelo exterior, que parece uma verdadeira fortaleza. De planta em cruz grega, as quatro fachadas têm o mesmo aspecto e nelas se incluem alguns elementos típicos da arquitectura militar, como matacães sobre as três portas, a existência de estreitas frestas em vez de janelas, a utilização de merlões a toda a volta do edifício, com acesso por caminho de ronda, etc. No interior, manteve-se a mesma preocupação em transformar o templo numa verdadeira fortaleza. Já causou alguma estranheza a excessiva largura da nave e do transepto, disposição que se justifica pela fácil mobilidade de forças defensivas em caso de ataque de alguma destas partes do edifício (BRANCO, 1957, p.6). Nas abóbadas, foram rasgados alçapões para permitir a defesa do interior através dos telhados, em caso de invasão da igreja. De um ponto de vista artístico, não se pode separar a obra de Terena da de Flor da Rosa, proximidade que levou Jorge RODRIGUES e Paulo PEREIRA, 1986, p.86, a equacionar a acção da "mão, senão do mesmo mestre, da mesma "escola" de canteiros artífices" que trabalhou em Flor da Rosa, visivelmente "mais apta a levantar robustos panos de muralha e altas torres". As analogias entre as duas igrejas manifestam-se também em outros aspectos, como os capitéis, muito rudimentares e com "crochets de estilo simplificado" (IDEM, p.85), sinal inequívoco das mais imediatas preocupações com a estrutura arquitectónica. Na época moderna, a igreja foi alvo de beneficiações diversas, que incidiram preferentemente sobre o mobiliário litúrgico e devocional. No século XVI foi acrescentado o retábulo maneirista, de estrutura tripartida, e as pinturas murais da abóbada (alusivas ao Apocalipse de São João e a diversos reis da primeira dinastia). Por volta de 1700 temos notícia de novas obras, onde se inclui o campanário de sineira única que coroa o alçado principal e os dois retábulos laterais. Sujeita a um processo de restauro em 1947, foi de novo intervencionada nos anos 70 e 80 do século XX, campanhas consolidadoras que, felizmente, não desvirtuaram significativamente o aspecto original trecentista do conjunto. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 3 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 10 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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A Arquitectura Gótica em Portugal | CHICÓ, Mário Tavares | Edição | 1981 | Lisboa | |
A arquitectura gótica portuguesa | DIAS, Pedro | Edição | 1994 | Lisboa | |
"A Arquitectura (1250-1450)", História da Arte Portuguesa, dir. Paulo Pereira, vol. I, pp.335-433 | PEREIRA, Paulo | Edição | 1995 | Lisboa | |
Inventário Artístico de Portugal - vol. IX (Distrito de Évora, Zona Sul, volume I) | ESPANCA, Túlio | Edição | 1978 | Lisboa | O vol. II é totalmente dedicado às ilustrações. |
"A pintura maneirista em Portugal: das brandas «maneiras» ao reforço da propaganda", História da Arte Portuguesa, vol.II | SERRÃO, Vítor | Edição | 1995 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal - o Gótico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2002 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal - o Gótico | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2002 | Lisboa | |
As mais belas igrejas de Portugal, vol. II | GIL, Júlio | Edição | 1988 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal, vol. IV (O Gótico) | DIAS, Pedro | Edição | 1986 | Lisboa | |
"A igreja da Boa Nova de Terena", XXIII Congresso luso-espanhol, tomo X, pp.5-17 | CASTELO-BRANCO, Fernando | Edição | 1957 | Coimbra | |
Santa Maria da Flor da Rosa. Um estudo de História de Arte | RODRIGUES, Jorge | Edição | 1986 | Crato | |
Santa Maria da Flor da Rosa. Um estudo de História de Arte | PEREIRA, Paulo | Edição | 1986 | Crato |
Capela da Boa Nova - Campanário e matacães
Capela da Boa Nova - Fachada principal
Capela da Boa Nova - Fachada principal