Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Casa da Rua da Alfândega Velha
Designação
DesignaçãoCasa da Rua da Alfândega Velha
Outras Designações / PesquisasCasa do Infante (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Casa
TipologiaCasa
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Porto/Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua Infante D. HenriquePorto Número de Polícia: 47-53
Rua da AlfândegaPorto Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.140738-8.614561
DistritoPorto
ConcelhoPorto
FreguesiaCedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 9 888, DG, I Série, n.º 146, de 2-07-1924 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 9-01-1960, publicada no DG, II Série, n.º 27, de 2-02-1960 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 9-01-1960, publicada no DG, II Série, n.º 27, de 2-02-1960
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaEm 1120 o casario junto à Sé do Porto, juntamente com várias isenções e propriedades anexas, foi doado por D. Teresa ao bispado da diocese, separada cinco anos antes da metrópole bracarense. O burgo portuense pertencia desde então à Mitra, que dominava igualmente o comércio marítimo e fluvial em torno da movimentada zona ribeirinha. Ao longo do século XIII, a Coroa manifestaria uma tendência natural para, em marcada oposição ao Bispado, assumir o rendoso senhorio aduaneiro do Porto, começando pela tentativa de instalar infra-estruturas régias em áreas limítrofes dos domínios eclesiásticos - caso de Vila Nova de Gaia, a partir de 1255, ou, já no século XIV, em casas junto à ermida de São Nicolau, perto da Fonte Taurina, então Fonte Aurina. E é justamente na sequência deste movimento que D Afonso IV manda erguer, em 1354, uma imponente casa da Alfândega, na margem direita do Douro, onde funcionaria também a Casa da Moeda, já laborando no reinado de D. Fernando, embora apenas em 1406 D. João I tenha ordenado o acrescentamento do anexo a esta destinado.
Os estudos recentes e as escavações arqueológicas realizadas no complexo alfandegário revelam uma estrutura primitiva constituída por dois torreões unidos através de um pátio central, claro modelo medieval de edifício urbano de "prestígio" (REAL, GOMES, TEIXEIRA, 1992) entretanto radicalmente alterado por obras de ampliação sucessivas desde o século XV. Para além de alfândega e armazém de mercadorias, o edifício serviria ainda para albergar os funcionários régios, e possivelmente também o rei e a família real durante as suas estadias no burgo, inclusivamente por ser este o primeiro imóvel régio do Porto, e o mais importante prédio civil, permanecendo durante a época medieval como símbolo da afirmação do poder real na cidade. A descoberta da zona habitacional parece confirmar a tradição segundo a qual nesta casa terá nascido, em 1394, o Infante D. Henrique, donde a designação de Casa do Infante.
O "almazém" régio foi ampliado no século XV, devido ao crescimento do comércio marítimo na cidade, que continuaria a acentuar-se ao longo dos séculos seguintes. Em 1656 foram realizadas obras das quais pouco se conhece, e a partir de 1677, por ordem de D. Pedro II e execução do marquês da Fronteira, vedor da Fazenda, a Casa da Alfândega foi praticamente reedificada. Manteve-se o pátio interior, mas as torres quatrocentistas foram substituídas por alpendres cobertos, e a cota dos novos pavimentos foi uniformizada. Os armazéns interiores foram unidos num espaço organizado em três naves com arcarias, e a fachada principal, que em 1462 já avançara em direcção à rua, recebeu mais dois pisos, passando a dominar de forma ainda mais marcante o espaço público. Neste corpo principal funcionavam então os serviços deslocados das torres, e aí foi construída uma larga escadaria central de acesso à zona de habitação do segundo piso.
Até finais do século XIX não foram realizadas obras de grande significado, embora se tenham aberto portas de ligação com um edifício contíguo, para ampliar os serviços. Com a construção da nova Alfândega em Miragaia, em funcionamento a partir de 1869, as antigas instalações foram progressivamente abandonadas, e o corpo posterior foi arrendado. Já em meados do século XX, cessado o arrendamento, o conjunto sofreu importantes obras de conservação; as escavações arqueológicas em curso a partir de 1991 permitiram identificar, para além das estruturas medievais, também os vestígios de uma grande construção romana, com pavimentos em mosaico, datável do Baixo-Império. As mesmas escavações permitiram conhecer o mestre arquitecto das obras medievais, João Eanes Melacho, cujo nome consta de uma inscrição quatrocentista num cunhal do edifício. Actualmente, funcionam aí os serviços do Arquivo Histórico Municipal. Destacam-se o escudo de armas de D. João I, no nº 47, e o portal setecentista da entrada da Rua do Infante D. Henrique, no nº 53. Sílvia Leite / DIDA - IGESPAR, IP
ProcessoRua da Alfândega e Rua do Infante, Nº 47 a 53
Abrangido em ZEP ou ZPConjunto urbano constituído pela Praça da Ribeira e suas naturais extensões, ou sejam a Rua de São João e respectiva transversal, a Rua do Infante D. HenriqueRestaurante Comercial
Outra ClassificaçãoCentro Histórico do Porto, Ponte Luiz I e Mosteiro da Serra do PilarZona histórica do Porto
Nº de Imagens7
Nº de Bibliografias14

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Porto a Património Mundial - Processo de Candidatura da Cidade do Porto à Classificação pela UNESCO como Património Cultural da HumanidadeLOZA, Rui RamosEdição1993
"Casa do Infante. Uma história a refazer", Oceanos, nº 12, Lisboa, Novembro de 1992, pp. 17 - 22REAL, Manuel LuísEdição1992Lisboa
"Casa do Infante. Uma história a refazer", Oceanos, nº 12, Lisboa, Novembro de 1992, pp. 17 - 22GOMES, Paulo José Antunes DórdioEdição1992Lisboa
"Casa do Infante. Uma história a refazer", Oceanos, nº 12, Lisboa, Novembro de 1992, pp. 17 - 22TEIXEIRA, Ricardo Jorge Coelho Marques AbrantesEdição1992Lisboa
A Tradicional Casa do Infante, Catálogo da Exposição Henrique, O Navegador, Porto, 1994, p. 135 - 196REAL, Manuel LuísEdição1994Porto
A Tradicional Casa do Infante, Catálogo da Exposição Henrique, O Navegador, Porto, 1994, p. 135 - 196GOMES, Paulo José Antunes DórdioEdição1994Porto
A Tradicional Casa do Infante, Catálogo da Exposição Henrique, O Navegador, Porto, 1994, p. 135 - 196TEIXEIRA, Ricardo Jorge Coelho Marques AbrantesEdição1994Porto
Intervenção Arqueológica na Casa do Infante (Porto). Avaliação do Projecto em Dezembro de 1994, 1º Congresso de Arqueologia Peninsular, Actas VII, Trabalhos de Antropologia e Etnologia, vol. 35 (3), Porto, 1995REAL, Manuel LuísEdição1995Porto
Intervenção Arqueológica na Casa do Infante (Porto). Avaliação do Projecto em Dezembro de 1994, 1º Congresso de Arqueologia Peninsular, Actas VII, Trabalhos de Antropologia e Etnologia, vol. 35 (3), Porto, 1995GOMES, Paulo José Antunes DórdioEdição1995Porto
Intervenção Arqueológica na Casa do Infante (Porto). Avaliação do Projecto em Dezembro de 1994, 1º Congresso de Arqueologia Peninsular, Actas VII, Trabalhos de Antropologia e Etnologia, vol. 35 (3), Porto, 1995TEIXEIRA, Ricardo Jorge Coelho Marques AbrantesEdição1995Porto
Intervenção Arqueológica na Casa do Infante (Porto). Avaliação do Projecto em Dezembro de 1994, 1º Congresso de Arqueologia Peninsular, Actas VII, Trabalhos de Antropologia e Etnologia, vol. 35 (3), Porto, 1995MELO, Maria do RosárioEdição1995Porto
"A Casa do Infante. Elementos para o estudo da sua reconstituição", Boletim Cultural, 22 (1 - 2), Porto, Março / Junho 1960, pp. 264 - 290AZEVEDO, Rogério deEdição1960Porto
Casa da Rua da Alfândega Velha, Porto, Boletim da DGEMN, Nº 103, Porto, 1961AZEVEDO, Rogério deEdição1961Porto
"O contributo da arqueologia para o estudo da Casa do Infante", Henrique, o Navegador, pp.151-159GOMES, Paulo José Antunes DórdioEdição1994Porto
"O contributo da arqueologia para o estudo da Casa do Infante", Henrique, o Navegador, pp.151-159TEIXEIRA, Ricardo Jorge Coelho Marques AbrantesEdição1994Porto
"O contributo da arqueologia para o estudo da Casa do Infante", Henrique, o Navegador, pp.151-159MELO, Maria do RosárioEdição1994Porto
"O centro de serviços da coroa na cidade do Porto", Henrique, o Navegador, pp.137-149REAL, Manuel LuísEdição1994Porto
"Sobre o local de nascimento do Infante D. Henrique", Henrique, o Navegador, pp.161-168REAL, Manuel LuísEdição1994Porto
"A arqueologia medieval e moderna na região do Porto. Breve balanço e algumas reflexões críticas", Al-MadanSILVA, António Manuel S. P.Edição2000AlmadaII série, n.º 9, pp.104-110
"A arqueologia medieval e moderna na região do Porto. Breve balanço e algumas reflexões críticas", Al-MadanRODRIGUES, Miguel Carlos Lopes Brandão AreosaEdição2000AlmadaII série, n.º 9, pp.104-110
"A arqueologia medieval e moderna na região do Porto. Breve balanço e algumas reflexões críticas", Al-MadanGOMES, Paulo José Antunes DórdioEdição2000AlmadaII série, n.º 9, pp.104-110
"A arqueologia medieval e moderna na região do Porto. Breve balanço e algumas reflexões críticas", Al-MadanTEIXEIRA, Ricardo Jorge Coelho Marques AbrantesEdição2000AlmadaII série, n.º 9, pp.104-110
"Intervenção arqueológica na Casa do Infante. Dezassete séculos de História na zona ribeirinha do Porto", Al-madan, 2ª sér., nº9, pp.132 e 134TEIXEIRA, Ricardo Jorge Coelho Marques AbrantesEdição2000Almada
"Intervenção arqueológica na Casa do Infante. Dezassete séculos de História na zona ribeirinha do Porto", Al-madan, 2ª sér., nº9, pp.132 e 134GOMES, Paulo José Antunes DórdioEdição2000Almada
Inventário Artístico de Portugal - Aveiro, Beja, Coimbra, Évora, Leiria, Portalegre, Porto e SantarémSEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição2000LisboaAcademia Nacional de Belas Artes 3 CD ROM Tipo : Multimédia - CD Rom
"As obras da Praça da Figueira. O caso do Convento de Cristo e da Casa do Infante", Pedra & Cal, Revista do Grémio das Empresas de Conservação e Restauro do Património Arquitectónico, Nº6, Abril / Maio / Junho 2000Edição2002Lisboa
A alfândega do Porto e o despacho aduaneiro, catálogo de exposiçãoEdição

IMAGENS

Casa da Rua da Alfândega Velha - Fachada principal: portal de acesso

Casa da Rua da Alfândega Velha - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 27, de 02-02-1960 - Texto e planta do diploma

Casa da Rua da Alfândega Velha - Vista geral: fachada principal

Casa da Rua da Alfândega Velha - Interior do piso térreo: arco de comunicação com o pátio interior

Casa da Rua da Alfândega Velha - Interior do piso térreo: sala de exposição

Casa da Rua da Alfândega Velha - Interior do piso térreo: pátio interior

Casa da Rua da Alfândega Velha - Interior do piso térreo: portal que comunica com o pátio interior

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