Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Santa Clara
Designação
DesignaçãoIgreja de Santa Clara
Outras Designações / PesquisasMosteiro de Santa Clara / Igreja de Santa Clara (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Porto/Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo 1.º de DezembroPorto Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.142491-8.609257
DistritoPorto
ConcelhoPorto
FreguesiaCedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 28-07-1964, publicada no DG, II Série, n.º 182, de 4-08-1964
Zona "non aedificandi"Portaria de 28-07-1964, publicada no DG, II Série, n.º 182, de 4-08-1964
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaConsiderada um dos melhores exemplares das denominadas igrejas forradas a ouro do barroco joanino, Santa Clara conserva a sua estrutura arquitectónica gótica, que remonta ao século XV. A cerimónia de instituição do mosteiro das clarissas do Porto decorreu a 28 de Março de 1416, tendo sido marcada pela presença das mais importantes figuras do reino - D. João I e os príncipes D. Fernando e D. Afonso -, que desde a primeira hora privilegiaram a nova casa, e pelo Bispo D. Fernando Guerra.
A esta primeira campanha de obras, seguiram-se muitas outras, como é o caso da campanha do claustro, de características maneiristas ou, já no início do século XVIII, as obras dos dormitórios, da portaria, com um imponente portal barroco, e dos coros, ocorridas entre 1707 e 1715. Era abadessa D. Isabel da Visitação quando o arquitecto António Pereira orientou os trabalhos para elevar a altura da capela-mor, abrindo-se vãos para melhorar a iluminação do espaço. Uma situação semelhante seria levada a cabo na nave, em 1732, alteando-se os panos murários sobre as tribunas, também rasgados por janelas.
Apesar de não subsistirem muitos elementos da primeira campanha de obras, a verdade é que todas estas alterações mais não fizeram do que ampliar o espaço, em nada alterando a sua planimetria original. A grande mudança registada, e que implica uma nova percepção do templo, não é resultado de uma transformação estrutural, mas sim de uma encenação responsável pela total alteração do espaço pré-existente. Assim, e extravasando o âmbito dos retábulos, a talha dourada "invadiu" a igreja revestindo e salientando as estruturas arquitectónicas. A talha dourada da capela-mor foi executada, cerca de 1730, pelo entalhador lisboeta Miguel Francisco da Silva, ao tempo a trabalhar no Norte do país. O retábulo insere-se neste esquema geral, revelando um movimento cenográfico e uma decoração exuberante, onde se exibem as imagens de São Francisco e Santa Clara. Este conjunto da capela-mor foi depois dourado, em 1744, por Pedro da Silva Lisboa e António José Pereira.
Apesar de ser referida, juntamente com a igreja de São Francisco, como os melhores exemplos de igrejas forradas a ouro, a verdade é que a talha de Santa Clara revela uma unidade formal que a de São Francisco, executada em diversas campanhas, está longe de apresentar.
Tal como convinha a uma igreja de uma mosteiro feminino, a entrada principal encontrava-se na fachada lateral, pois a zona contrária à capela-mor era ocupada pelo coro alto e pelo coro baixo. Este portal, em arco de volta perfeita, flanqueado por pilastras e tondi, com entablamento a suportar o friso de três nichos que antecede o remate ameado, conjunga elementos tado-góticos e renascentistas, tendo sido reformulado no século XVIII (OLIVEIRA, BRAGA, 1993, p. 116). Formando um ângulo de 45º, a entrada da portaria é barroca, com as suas colunas salomónicas e o nicho com a imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Um referência final para os azulejos dos coros, de padrão polícromo no coro baixo, e de tapete no coro alto, onde é visível ainda um painel figurativo polícromo representando uma alegoria eucarística, com inscrição relativa às almas do Purgatório e a data de 1680 (MARTINS, 2001, pp. 57-59).
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra ClassificaçãoCentro Histórico do Porto, Ponte Luiz I e Mosteiro da Serra do PilarZona histórica do Porto
Nº de Imagens4
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
O BarrocoSERRÃO, VítorEdição2003Lisboa
"Miguel Francisco da Silva e Luís Pereira da Costa: duas estética em confronto", Actas do III Colóquio Luso Brasileiro de História da ArteALVES, Natália Marinho FerreiraEdição1995Évora
"A evolução da talha dourada no interior das igrejas portuenses", Museu, IV série, n.º 4ALVES, Natália Marinho FerreiraEdição1995
A Apoteose do barroco nas igrejas dos conventos femininos portuguesesALVES, Natália Marinho FerreiraEdição1992Porto
As mais belas igrejas de Portugal, vol. IGIL, JúlioEdição1988Lisboa
Azulejaria PortuenseMARTINS, Fausto S.Edição2001Lisboapp. 94-102

IMAGENS

Igreja de Santa Clara - Fachada lateral: portal

Igreja de Santa Clara - Fachada lateral: portal

Igreja de Santa Clara - Corpo conventual: fachada da portaria

Igreja de Santa Clara - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 182, de 04-08-1964 - Texto e planta do diploma

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