Trechos da Igreja de Paderne | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Trechos da Igreja de Paderne | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Trechos da Igreja de São Salvador de Paderne / Igreja e Convento de Paderne / Igreja Paroquial de Paderne / Igreja do Divino Salvador (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Viana do Castelo/Melgaço/Paderne | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Viana do Castelo | ||||||||||||
Concelho | Melgaço | ||||||||||||
Freguesia | Paderne | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9823125 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A história da igreja românica de Paderne é particularmente complexa, em especial a que se relaciona com as suas origens. Na primeira metade do século XII, o local foi sede de um mosteiro feminino, comunidade a que D. Afonso Henriques passou carta de couto (1141), em agradecimento pelo auxílio das monjas na tomada do castelo de Castro Laboreiro. Outras fontes asseguram que o primitivo cenóbio foi sagrado em 1130 (cf. ALVES, 1982, p.124), mas a verdade é que pouco ou nada sabemos acerca dessa primeira instalação. Dois elementos em calcário - um fragmento de friso e um capitel - (que claramente nada têm que ver com a construção em granito do século XIII), parecem ser os únicos vestígios da igreja do século XII. Este último é especialmente importante, uma vez que se trata do único capitel historiado do conjunto. Representando a Descida de Cristo aos limbos, onde resgata um homem da boca de um monstro (RODRIGUES, 1995, p.194), seria "provavelmente a escultura mais representativa" dessa igreja, cuja relevância simbólica e artística fez com que fosse reaproveitado, em lugar de destaque, na construção do século XIII: o "ângulo nordeste do cruzeiro" (REAL e ALMEIDA, 1990, p.1487). Se as origens de Paderne são, assim, uma enorme incógnita - existindo mesmo autores que negam a existência de vestígios materiais do século XII (ROSAS, 1987, vol.1, pp.55-57; ALMEIDA, 2001, p.89) -, o processo de transferência do mosteiro para as mãos dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho é igualmente enigmático. Sabemos que eles já habitavam o local em 1225 e que, anos mais tarde, a comunidade era orientada pelo prior D. João Pires, homem a quem se atribui um papel importante na construção da igreja que actualmente existe. Com efeito, foi no seu tempo que se concluíram as obras e se sagrou do novo templo, cerimónia que teve lugar em 1264, conforme inscrição colocada à esquerda do portal principal (BARROCA, 2000, p.920). De um ponto de vista planimétrico, a solução empregue neste mosteiro é única entre nós, na medida em que, a uma cabeceira tripartida, quadrangular, corresponde apenas uma nave, relativamente curta; paralelamente, a noção de espaço longitudinal é quebrada pela existência de um desenvolvido transepto, cujo braço Norte integra um portal virado a poente. Praticamente todos os autores que se dedicaram a este conjunto manifestaram a sua estranheza quanto à existência deste portal e quanto às suas grandes dimensões. A semelhança desta opção para com a de outros mosteiros galegos foi já notada, mas a sua funcionalidade permanece por explicar. A hipótese mais consensual é a que o relaciona com um conteúdo funerário, pois diante de si, inscrita na parede virada para este recanto, existe a única inscrição funerária medieval do conjunto, identificadora de um enigmático R. Garcia, com grande probabilidade o mestre responsável pela reforma da igreja (ALMEIDA, 1986, p.55). Do final dessa campanha data o portal principal, uma obra considerada já proto-gótica e realizada sob a distante influência da arte de Mestre Mateo de Compostela (ROSAS, 1987, p.58). Este facto, a par das características dominantes da escultura do interior - realizada à base de uma "decoração vegetal simplificada e pouco volumosa" (ALMEIDA, 2001, p.89) -, provam a construção tardia do monumento e o seu afastamento estilístico em relação ao rico foco de influência galega (em particular tudense) da segunda metade do século XII e primeiros anos do XIII, que tão bem caracteriza as igrejas de Ganfei, Longos Vales e Friestas. Ao longo dos séculos, foram escassas as alterações por que o conjunto passou. A principal reforma aconteceu no século XVIII, numa empreitada modesta que pretendeu actualizar esteticamente o interior do templo, através da colocação de um retábulo-mor, de painéis de azulejos e de um órgão. No século XX, as diversas fases de restauro incidiram mais sobre os telhados e os pavimentos, sem alterarem significativamente a estrutura original medieval. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 0 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 20 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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Portugal roman, vol. II | GRAF, Gerhard N. | Edição | 1986 | ||
"Influências da Galiza na arte românica portuguesa", Actas das II Jornadas luso-espanholas de História Medieval, vol. IV, pp.1483-1526 | REAL, Manuel Luís | Edição | 1990 | Porto | |
"Influências da Galiza na arte românica portuguesa", Actas das II Jornadas luso-espanholas de História Medieval, vol. IV, pp.1483-1526 | ALMEIDA, Maria José Perez Homem de | Edição | 1990 | Porto | |
História da Arte em Portugal - O Românico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2001 | Lisboa | |
"La sculpture figurative dans l'art roman du Portugal", Portugal roman, vol. I, pp.33-75 | REAL, Manuel Luís | Edição | 1986 | ||
Arquitectura Românica de Entre Douro e Minho | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1978 | Porto | |
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico) | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1986 | Lisboa | |
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331 | RODRIGUES, Jorge | Edição | 1995 | Lisboa | |
O Minho Pittoresco | VIEIRA, José Augusto | Edição | 1887 | Lisboa | |
A escultura românica das igrejas da margem esquerda do Rio Minho, 2 vols. | ROSAS, Lúcia Maria Cardoso | Edição | 1987 | Porto | |
"Igrejas e capelas românicas da Ribeira Minho", Caminiana, ano IV, nº6, pp.105-152 | ALVES, Lourenço | Edição | 1982 | Caminha | |
"Afonso Henriques e a fronteira noroeste: contornos de uma estratégia" (1996), A construção medieval do território, pp.75-86 | ANDRADE, Amélia Aguiar | Edição | 2001 | Lisboa | |
"A igreja da Senhora da Ourada", Boletim da Academia Nacional de Belas Artes, nº8, pp.21-28, republ. Dispersos, 1980, pp.280-285 | MONTEIRO, Manuel | Edição | 1941 | Lisboa | |
"O cartório e a livraria do Mosteiro de Paderne em 1770", Boletim Cultural de Melgaço, nº1, pp.9-92 | MARQUES, José | Edição | 2002 | Melgaço | |
Alto Minho | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1987 | Lisboa | |
Arquitectura religiosa do Alto Minho, 2 vols. | ALVES, Lourenço | Edição | 1987 | Viana do Castelo | |
"Primeiras Impressões sobre a Arquitectura românica portuguesa", Revista da Faculdade de Letras do Porto, Série História, nº1, pp.3-56 | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1972 | Porto | |
"Mosteiro de São Salvador de Paderne: Alto Minho", separata de Theologica, nº2 | PINTOR, Manuel Bernardo | Edição | 1957 | Braga | |
"O património cultural do Alto Minho (civil e eclesiástico). Sua defesa e protecção", Caminiana, ano IX, nº14, pp.9-80 | ALVES, Lourenço | Edição | 1987 | Caminha | |
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422) | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2000 | Lisboa | |
"Os azulejos do Mosteiro de Paderne, um revestimento integrado num monumento românico", Monumentos | PINTO. Luís de Magalhães Fernandes | Edição | Lisboa |
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