Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo de Castro Laboreiro ou Laboredo
Designação
DesignaçãoCastelo de Castro Laboreiro ou Laboredo
Outras Designações / PesquisasCastelo de Castro Laboredo (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Povoado Fortificado
TipologiaPovoado Fortificado
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Melgaço/Castro Laboreiro e Lamas de Mouro
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Castro Laboreiro Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
42.02305-8.158094
DistritoViana do Castelo
ConcelhoMelgaço
FreguesiaCastro Laboreiro e Lamas de Mouro
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 33 587, DG, I Série, n.º 63, de 27-03-1944 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA praticamente 1000 metros de altitude, e localizado em pleno sistema montanhoso da Peneda-Gerês, numa linha interior da fronteira entre o Alto Minho e a zona de influência de Ourense, o castelo de Castro Laboreiro é um dos mais emblemáticos monumentos militares nacionais, mais pela localização geográfica aberta aos planaltos galegos, que pela sua pretensa importância no quadro da história militar portuguesa.
As suas origens são-nos completamente desconhecidas, mas a maioria dos autores que se lhe referiram coincide no facto de a fortaleza ter desempenhado importantes funções desde a primitiva (re)conquista do território. É desta forma que podemos compreender a ligação da família condal de D. Hermenegildo à fortaleza, na primeira metade do século X e em consequência do chamado repovoamento de Afonso III. As escavações aqui efectuadas, na década de 70 do século XX, revelaram materiais da Alta Idade Média, esperando-se, para breve, conclusões mais objectivas acerca desse espólio (LIMA, 1996, p.89, nota 21).
No século XII, no âmbito da afirmação de Portugal como reino independente, a vila de Castro Laboreiro foi alvo de constante atenção por parte de D. Afonso Henriques, cujo castelo conquistou em 1141. Desconhecemos quais as obras então patrocinadas e a organização estrutural adoptada. Deveria compor-se de um pátio interior com torre de menagem isolada, à maneira dos castelos românicos, mas as múltiplas transformações porque passou levaram à total reformulação dessa primitiva estrutura.
Cento e cinquenta anos depois, no reinado de D. Dinis, teve lugar a reforma que conferiu o aspecto geral que a fortaleza ainda mantém e que, por essa altura, estaria parcialmente arruinada (ALVES, 1987, p.67). Se a acção deste monarca no Alto Minho é mais conhecida pela criação de póvoas ribeirinhas ao longo do curso final deste rio, a campanha do castelo de Castro Laboreiro testemunha, por outro lado, a atenção que a raia seca mereceu à coroa, fruto de um reinado que concedeu especial importância à defesa activa do território.
O projecto então concebido compôs-se de dois recintos muralhados, de dimensão e funcionalidade diversa. No topo, muito provavelmente correspondendo ao primitivo reduto do século XII (ou anterior), edificou-se o núcleo principal, com torre de menagem e cisterna, que corresponde ao verdadeiro centro militar do conjunto. Para Sul, um segundo recinto, de maior amplitude e acessível apenas por uma porta, servia para "recolher gados e bens em épocas de invasão" (ALMEIDA, 1987, p.182) . Esta característica parece ser única no nosso país e prova como a actividade ganadeira foi primordial na vivência das comunidades serranas medievais de Castro Laboreiro.
A descrição que Duarte d'Armas fez da fortaleza, nos inícios do século XVI, mostra um castelo altaneiro perfeitamente isolado do povoado, este situado a uma cota consideravelmente inferior. O núcleo militar era reforçado por cinco torres quadrangulares (incluindo a de menagem), e possuía duas portas, a do Sol, que levava ao interior do recinto maior, e uma outra que colocava em comunicação os dois redutos.
Parcialmente reformulado ao longo da Idade Moderna, o castelo de Castro Laboreiro não mais voltou a ser alvo de um programa reformador do mesmo nível do projecto dionisino. Nas guerras de armas de fogo, Laboreiro foi importante apenas pela sua localização estratégica, numa zona interior de difícil acesso. Os próprios caminhos do restauro do Portugal novecentista relegaram a fortaleza para segundo plano. Quando, por todo o país estado-novista, os castelos eram objecto de intervenções que visavam a recuperação de uma suposta originalidade medieval, actuando, por essa via, como elemento de propaganda do próprio regime, Laboreiro permaneceu à margem desse vasto processo, decorrendo os indispensáveis trabalhos de restauro numa data já tardia (1979-1980) e tendo-se limitado a actuações de consolidação e de reforço estrutural, sem adulterações assinaláveis.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Castelos do Distrito de VianaGUERRA, Luís Figueiredo daEdição1926CoimbraSeparata de O Instituto
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
Castro Laboreiro e os seus forais, separata de Bracara Augusta, vol. 18-19PINTOR, Manuel BernardoEdição1965Braga
O Minho PittorescoVIEIRA, José AugustoEdição1887Lisboa
Castro Laboreiro. Povoamento e organização de um território serranoLIMA, Alexandra Cerveira Pinto SousaEdição1996Melgaço
"O património cultural do Alto Minho (civil e eclesiástico). Sua defesa e protecção", Caminiana, ano IX, nº14, pp.9-80ALVES, LourençoEdição1987Caminha
Castelos em Portugal. Retrato do seu Perfil ArquitectónicoCORREIA, Luís Miguel Maldonado de VasconcelosEdição2010Coimbra

IMAGENS

Castelo de Castro Laboreiro - Vista geral

Castelo de Castro Laboreiro - Vista parcial da muralha e porta principal

Castelo de Castro Laboreiro - Porta principal

MAPA

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