Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Antigo claustro da Manga do Mosteiro de Santa Cruz
Designação
DesignaçãoAntigo claustro da Manga do Mosteiro de Santa Cruz
Outras Designações / PesquisasClaustro da Manga / Jardim da Manga / Tudo o que resta do motivo central do antigo claustro da Manga do Mosteiro de Santa Cruz: o pequeno tempo central e as quatro capelas que o rodeiam, bem como os tanques que os separam e ligam e o terreno livre do antigo claustro (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Jardim
TipologiaJardim
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaCoimbra/Coimbra/Coimbra (Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua Olímpio Nicolau Rui FernandesCoimbra Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.21127-8.427825
DistritoCoimbra
ConcelhoCoimbra
FreguesiaCoimbra (Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 23 967, DG, I Série, n.º 130, de 5-06-1934 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 25-01-1958, publicada no DG, II Série, n.º 44, de 21-02-1958 (sem restrições)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913329
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaJardim
O Jardim do Claustro da Manga integra o que subiste do Mosteiro de Santa Cruz, situado fora das muralhas medievais de Coimbra nas proximidades do Rio Mondego. O jardim, com cerca de 1400m2, desenvolve-se em torno de dois eixos centrados no templete sobrelevado, envolvido por um tanque cruciforme que acentua a divisão quaternária do espaço. Oito colunas clássicas de pedra de Ançã suportam a cúpula encimada por um lanternim, protegendo a taça circular onde jorra um repuxo. Liga-se por arcobotantes e pequenas pontes radiais, em tempos levadiças, a quatro oratórios ou eremitérios cilíndricos, enquadrados por canteiros simétricos, delineados por buxo e pontuados por laranjeiras. Nesta obra da Renascença, marcada pela coerência concetual que remete para a Fons Vitae e pelo simbolismo desvelado em torno da moralização dos religiosos, reconhecem-se alegorias aos muitos vícios em gárgulas e guardiães.
História
A construção integra-se na 1ª metade do século XVI aquando a reforma do Mosteiro, promovida por Frei Brás de Barros a instâncias de D. João III. De traça atribuída a João de Ruão, terá sido iniciada por 1533, ano em que foram lavrados os contratos da "obra de pedraria" executada por Pêro de Évora, Diogo Fernandes e Fernão Luís, admitindo-se a conclusão por 1534/35, ano dos pagamentos efetuados a Jerónimo Afonso e a João de Ruão pela "a obra q fizera dos cubelos na crasta terceira da pedraria laurada".
"A claustra chamada de manga pello Rey a traçar na manga da roupa Real, de que estaua vestido" é descrita na Chronica dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho datada de 1540 e atribuída a D. Veríssimo, como uma "Claustra quadrada, e tem duzentos palmos de comprido e quinze de largo (...) singularmente forrada com vinte arcos de pedraria. Em o meyo do Ceo desta Claustra (...) he hua fonte de agoa (...). Tem esta fonte à entrada quatro arcos de pedraria, que estão em meyo de todas as quatro partes desta Claustra. Destes arcos contra o ponto do meyo da mesma Claustra, correm quatro ruas de largura de doze palmos (...). Entre rio, e rio està hum jardim de limões, limas e cidras, e outras frutas e ervas prezadas, e muy cheirosas, e assi quatro jardins, e oito rios. Em meyo destes rios, e destas ruas, se levantão quatro escadas de pedra muy bem lauradas de sete degraus cada hua (...) entre dous grandes bestiaes de pedra." Refere ainda que a fonte central "mana a agoa pera os oito tanques, ou rios, a qual tem duas bacias em altura de 7. Palmos (...) e della por canos secretos cahe do alto por 4. bicas em os rios. E sobre este lajeamento assentão as bases, e pedestaes de huãs formosas colunas de mármore de vinte palmos de alto cõ seus capiteis, (...) leados com hua alquitrava redonda muy formosa, donde nasce a abobeda da dita fonte à maneira de cimborio (...) ". A Chronica não esquece as capelas destacando portas, frestas com vidraças coloridas e os retábulos de S. João Batista, S. Jerónimo, S. Paulo e S. Antão, realizados por João de Ruão. A descrição de Frei Jerónimo Roman de 1589 é semelhante. Em 1902 Joaquim Martins Carvalho confirmou a exatidão da descrição prévia, não deixando de referir diferenças pela degradação das construções. Por 1906 criticou o uso que estava a ser dado ao local pela Escola Industrial de Avelar Brotero, que localizava as suas oficinas sobre canteiros e tanque.
O jardim foi classificado como Monumento Nacional em 1934. Dois anos depois a DGEMN iniciou obras de recuperação, concluídas em 1940. Foram então demolidas as oficinas. Fotografias de Virgílio Correia, datadas de 1947, evidenciam a disposição de canteiros similar à atual. Em 1955, 1957 e 1994 sucedem-se intervenções nos edifícios, reintegram-se os retábulos e recuperam-se os jardins. De 1999 a 2000, decorrem novas obras, promovidas pelas DGEMN e CMC.
Rita Basto (estágio curricular AP), Mário Fortes e Teresa Portela Marques (orientadores de estágio)
DGPC, 2015.
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPUniversidade de Coimbra - Alta e Sofia
Outra ClassificaçãoUniversidade de Coimbra - Alta e Sofia
Nº de Imagens14
Nº de Bibliografias15

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Tratado da Grandeza dos Jardins em PortugalCARITA, Hélder; CARDOSO, HomemEdição1987LisboaLocal de Edição - Lisboa Data do Editor : 1987
A Arquitectura Portuguesa Chã - Entre as Especiarias e os Diamantes 1521-1706KUBLER, GeorgeEdição1988Lisboa
História da Arte em Portugal - O Renascimento, vol. 6PEREIRA, Fernando António BaptistaEdição1986Lisboa
História da Arte em Portugal - O Renascimento, vol. 6MARKL, DagobertoEdição1986Lisboa
Coimbra e RegiãoBORGES, Nelson CorreiaEdição1987Lisboa
Coimbra - guia para uma visitaDIAS, PedroEdição2003Coimbra
Inventário Artístico de Portugal: distrito de CoimbraGONCALVES, António NogueiraEdição1952Lisboa
Inventário Artístico de Portugal: distrito de CoimbraCORREIA, VergílioEdição1952Lisboa
História da Arte em Portugal - o Renascimento e o ManeirismoSERRÃO, VítorEdição2002Lisboa
João de Ruão, escultor da renascença coimbrãBORGES, Nelson CorreiaEdição1980Coimbra
Património Edificado com Interesse Cultural - Concelho de CoimbraCâmara Municipal de Coimbra - Departamento de CulturaEdição2009Coimbra
Coimbra: parques e JardinsCORREIA, FernandoEdição2001Coimbra
Coimbra: parques e JardinsFARINHA, NunoEdição2001Coimbra
"A Fonte do Claustro da Manga, "espelho de perfeycam": uma leitura iconológica da sua arquitetura", Revista da Faculdade de Letras-Ciências e Técnicas do Património, 2008-2009, I Série, Volume VII-VIII, pág. 33-52ABREU, Susana MatosEdição2009Porto
Mosteiro de Santa CruzGONCALVES, António NogueiraEdição1978Coimbra
"Jardim da Manga - Coimbra. Obras de conservação e beneficiação 1999-2000", in Monumentos nº 13, pág. 129-131MARTORELL, Francisca JoanaEdição2000Lisboa
"Jardim da Manga - Coimbra. Obras de conservação e beneficiação 1999-2000", in Monumentos nº 13, pág. 129-131PESSOA, LúciaEdição2000Lisboa
A Arquitectura "ao Romano"CRAVEIRO, Maria de LurdesEdição2009Vila Nova de Gaia
O Jardim da Manga, Boletim da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, Nº89Edição1957Coimbra

IMAGENS

Claustro da Manga - Vista parcial de sul

Claustro da Manga - Vista parcial de poente

Claustro da Manga - Vista geral de poente (IPPC)

Claustro da Manga - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 44, de 21-02-1958

Claustro da Manga - Abóbada do templete central: vista de poente

Claustro da Manga - Fonte no terraço da parede do lado poente

Claustro da Manga - Café com terraço no lado poente do jardim

Claustro da Manga - Vista de um dos oratórios

Claustro da Manga - Vista geral de poente

Claustro da Manga - Vista geral de poente

Claustro da Manga - Café com terraço no lado poente do jardim

Claustro da Manga - Vista das colunas coríntias do templete central

Claustro da Manga - Vista geral de nascente

Claustro da Manga - Templete central: vista de sul

MAPA

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