Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Estádio Nacional: Estádio de Honra, court de ténis central, edifícios anexos e mata, integrados no Centro Desportivo Nacional do Jamor
Designação
DesignaçãoEstádio Nacional: Estádio de Honra, court de ténis central, edifícios anexos e mata, integrados no Centro Desportivo Nacional do Jamor
Outras Designações / PesquisasEstádio de Atletismo do Parque Desportivo do Jamor / Estádio do Jamor / Estádio Nacional (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Estádio
TipologiaEstádio
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Oeiras/Algés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Praça da MaratonaJamor Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.708108-9.256841
DistritoLisboa
ConcelhoOeiras
FreguesiaAlgés, Linda-a-Velha e Cruz Quebrada-Dafundo
Proteção
Situação ActualEm Vias de Classificação
Categoria de ProtecçãoEm Vias de Classificação (com Despacho de Abertura)
CronologiaAnúncio n.º 98/2020, DR, 2.ª série, n.º 80, de 23-04-2020 (ver Anúncio)
Despacho de 21-02-2020 da Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural a revogar parcialmente o despacho de abertura, no que se refere à fixação da ZEPP, passando a dispor de uma ZGP
Anúncio n.º 157/2019, DR, 2.ª série, n.º 176, de 13-09-2019 (ver Anúncio)
Despacho de 14-03-2019 da diretora-geral da DGPC a determinar a abertura do procedimento de classificação
Proposta de 28-11-2018 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC para a abertura de procedimento de classificação do Estádio Nacional: Estádio de Honra, court de ténis central, edifícios anexos e mata, integrados no Centro Desportivo Nacional do Jamor
Despacho n.º 85/GP/05 de 29-09-2005 do presidente do IPPAR a determinar que se estude a classificação do Estádio Nacional
ZEPAnúncio n.º 98/2020, DR, 2.ª série, n.º 80, de 23-04-2020 (ver Anúncio)
Despacho de 21-02-2020 da Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural a revogar parcialmente o despacho de abertura, no que se refere à fixação da ZEPP, passando a dispor de uma ZGP
Anúncio n.º 157/2019, DR, 2.ª série, n.º 176, de 13-09-2019 (fixou a ZEPP) (ver Anúncio)
Despacho de 14-03-2019 da diretora-geral da DGPC a determinar a fixação da ZEPP
Proposta de 28-11-2018 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC para a fixação de uma zona especial de proteção provisória (ZEPP)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
O Centro Desportivo do Jamor desenvolve-se na parte jusante da bacia hidrográfica da ribeira que lhe deu o nome, aproveitando as potencialidades do vale por onde corre essa linha de água. A área encontra-se delimitada a norte pela autoestrada de Cascais (A5), a sul pela Marginal (N6), a poente pela ligação N6-3 e, a nascente, por arruamentos que a distinguem dos aglomerados urbanos (Dafundo e Linda-a-Velha). De facto, a implantação deste complexo desportivo teve subjacente o aproveitamento das potencialidades do vale que, por sua vez, apresenta uma elevada sensibilidade em termos paisagísticos e uma reduzida capacidade de absorção de impactes visuais negativos que, caso ocorram, podem comprometer os valores culturais que se reconhecem neste conjunto patrimonial.
Em 1934 a "Comissão Administrativa das Obras do Estádio de Lisboa" lança o concurso para elaboração de um grande complexo desportivo e valorização do vale do Jamor. Ao longo do processo de seleção de projetos para esta área, foram afastadas as soluções mais impactantes com nítida influência alemã e espírito fascista mais acentuado, sendo o projeto escolhido da autoria do arqt.º Caldeira Cabral numa parceria com o arqt.º alemão Konrad Wiesner. Somente em 1939 é apresentada a memória descritiva do plano, exigindo no entanto as autoridades que a obra ficasse terminada por altura da comemoração dos Centenários (1940). Após diversos desentendimentos os projetistas são substituídos pelo arqt.º Jacobetty Rosa que, seguindo o plano inicial, será também autor de alguns elementos como a tribuna de honra, os courts de ténis, os balneários dos campos de jogos e, ainda, a estação de caminho-de-ferro.
O prazo inicial não foi cumprido tendo as obras do Estádio, Tribuna, Praça da Maratona e edifício dos serviços administrativos sido concluídos apenas em 1944. A inauguração concretizou-se no dia 10 de junho do mesmo ano, estimando-se a presença neste evento de 50.000 espectadores e cerca de 12.000 participantes seguindo-se, um ano depois, também a 10 de junho, a inauguração do Centro de Treino de Ténis projetado por Jacobetty Rosa.
O Estádio de Honra é, sem dúvida, a obra mais notável de todo o plano, destacando-se o grande anfiteatro aberto a nascente. Esta estrutura distingue-se das congéneres contemporâneas que se inspiravam sobretudo em soluções de feição romana e imperialista, aproximando-se mais do desenho dos estádios da Grécia Antiga intimamente ligados à Natureza. É por essa razão que o projeto de Caldeira e Wiesner confere às zonas verdes uma importância tão especial transformando um espaço em que quase não existia vegetação, numa zona intensamente arborizada onde foram plantadas 500.000 árvores e arbustos. Segundo alguns investigadores (Andresen, 2003) é o "primeiro grande estádio moderno, situado em plena natureza que se abre sobre a paisagem".
Nos anos seguintes o complexo continua a crescer e, em 1960, é ampliado o Centro de Treino de Ténis, são construídos mais campos de jogos bem como uma pista de atletismo.

História
A construção de equipamentos desportivos de grandes dimensões irá marcar o século XX, substituindo os antigos campos de jogos improvisados. Assim, na primeira metade desse século, Lisboa procura aproximar-se da restante Europa construindo um complexo desportivo que pudesse vir a receber as Olimpíadas.
O Estádio Nacional, também designado como "Estádio de Lisboa" foi uma das obras mais emblemáticas do regime devendo-se a sua construção a Oliveira Salazar e Duarte Pacheco, na altura Ministro das Obras Públicas mas que veio a falecer antes da inauguração.
O valor paisagístico e patrimonial deste complexo, bem como o seu carácter simbólico é fundamental para uma leitura mais abrangente do contexto histórico-político do Estado Novo, refletindo ainda valores de memória, autenticidade, originalidade e exemplaridade à escala nacional.

Maria Ramalho/DGPC/2020.
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens16
Nº de Bibliografias3

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Do Estádio Nacional ao Jardim Gulbenkian: Francisco Caldeira Cabral e a primeira geração de arquitectos paisagistas (1940-1970)ANDRESEN, TeresaEdição2003Lisboa
O Estádio Nacional - um paradigma da arquitectura do desporto e do lazerEdição2007Oeiras
Arquitectura Moderna Portuguesa 1920-1970. Um Património a Conhecer e SalvaguardarObra

IMAGENS

Estádio Nacional: Estádio de Honra, court de ténis central, edifícios anexos e mata, integrados no Centro Desportivo Nacional do Jamor - planta relativa ao anúncio de abertura do procedimento e de fixação da ZEPP (a ZEPP foi posteriormente revogada, passando a dispor apenas de uma ZGP)

Estádio Nacional: Estádio de Honra, court de ténis central, edifícios anexos e mata, integrados no Centro Desportivo Nacional do Jamor - Planta relativa ao despacho de abertura do procedimento de classificação, com a delimitação do conjunto em vias de classificação e a ZGP (após despacho da SEAPC que revogou a ZEPP anteriormente fixada)

Estádio Nacional (Lisboa). Maria Ramalho, 2016.

Estádio Nacional (Lisboa) - Interior da tribuna. Maria Ramalho, 2016.

Estádio Nacional (Lisboa) - Estádio de Honra. Maria Ramalho, 2016.

Estádio Nacional (Lisboa) - Bilheteiras. Maria Ramalho, 2016.

Estádio Nacional (Lisboa) - Interior da Tribuna. Maria Ramalho, 2016.

Estádio Nacional (Lisboa) - Edifício do Centro Administrativo. Maria Ramalho, 2016.

Estádio Nacional (Lisboa) - court de ténis central, Maria Ramalho, 2016.

Estádio Nacional (Lisboa) - Placa com a representação do plano original. Maria Ramalho, 2016.

Estádio Nacional (Lisboa). Maria Ramalho, 2016.

Estádio Nacional (Lisboa) - imagem aérea do Estádio na sua fase inicial. Maria Ramalho, 2016.

Estádio Nacional (Lisboa) - Colunata do court de ténis central, Maria Ramalho, 2016.

Estádio Nacional (Lisboa). Maria Ramalho, 2016.

Estádio Nacional (Lisboa) - Pormenor dos gradeamentos no court de ténis central, Maria Ramalho, 2016.

Estádio Nacional (Lisboa) - pormenor de alguns gradeamentos. Maria Ramalho, 2016.

MAPA

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