Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Castelo dos Mouros, compreendendo a cisterna
Designação
DesignaçãoCastelo dos Mouros, compreendendo a cisterna
Outras Designações / PesquisasCastelo dos Mouros (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Sintra/Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- Serra de Sintra- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.792965-9.388675
DistritoLisboa
ConcelhoSintra
FreguesiaSintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver decreto)
ZEPPortaria n.º 670/99, DR, 2.ª Série, n.º 150, de 30-06-1999 (com ZNA) (ZEP do Castelo dos Mouros e da Igreja de Santa Maria)
Edital N.º 14/98 de 9-01-1998 da CM de Sintra
Portaria n.º 1067//97, DR, I Série-B, n.º 244, de 21-10-1997 (revogou a portaria anterior, por não incluir a ZNA, e represtinou a de 1946)
Portaria n.º 523/97, DR, I Série-B, n.º 167, de 22-07-1997 (ZEP do Castelo dos Mouros e da Igreja de Santa Maria)
Edital N.º 283 de 30-10-1996 da CM de Sintra
Despacho de autorização de 26-06-1996 do Ministro da Cultura
Parecer de 11-04-1996 do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a delimitação da ZEP da Igreja de Santa Maria e do Castelo dos Mouros
Zona "non aedificandi"Portaria n.º 670/99, DR, 2.ª Série, n.º 150, de 30-06-1999
CLASS_NAMEConjunto
Património MundialAbrangido pela "Paisagem Cultural e Natural de Sintra", incluída na Lista de Património Mundial - MN (nº 7 do art.º 15.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro)
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913529
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO castelo dos Mouros é um dos mais emblemáticos espaços que o Romantismo da Serra de Sintra cristalizou, simultaneamente o que melhor testemunhava o passado medieval da região e o que mais evocava a sensibilidade religiosa e cultural do século XIX. A sua configuração actual é o resultado de três grandes etapas construtivas: o primeiro estabelecimento deve-se ao Islão, que aqui instalou um reduto populacional e militar de grande importância no contexto regional do ocidente peninsular. Com a Reconquista do território, os novos poderes cristãos renovaram os privilégios e as condições de evolução da vila. A partir daqui, regista-se um grande intervalo de obras significativas. O progressivo abandono do castelo e o desenvolvimento do núcleo populacional mais abaixo, em torno do paço régio, determinaram esta circunstância. Só no século XIX, com o intenso movimento de redescoberta e de recuperação da Idade Média idealizada, o velho castelo voltou a ser alvo de atenções.
Assim, é ao período islâmico que teremos de buscar as primeiras informações acerca do castelo. Os geógrafos árabes dos séculos XI e XII descrevem Sintra como uma região rica, muito bem localizada e provida de recursos. A sua condição de cabeça de um vasto território circundante, eminentemente agrícola, que era necessário proteger, parece ter sido a principal razão para a existência deste castelo (COELHO, 2000, p.218). O facto de alguns historiadores recuarem a primitiva construção da fortaleza aos séculos IX-X (PAVÓN MALDONADO, 1993) parece vir em favor desta hipótese, uma vez que é por essa altura que se testemunha um maior povoamento e atenção da região a Norte de Lisboa. Ainda segundo este autor, a fortaleza revela duas fases construtivas, visíveis no aparelho das muralhas e das torres cilíndricas, facto corroborado pela análise de Catarina Coelho. A cisterna, localizada no centro do reduto defensivo, fazia parte do projecto islâmico e destinava-se a abastecer uma população considerável.
Mas se a cronologia islâmica fundacional do monumento não levanta grandes problemas, o mesmo não se pode dizer acerca da configuração original das muralhas e dos espaços intra-muros. O abandono precoce da fortaleza e o impacto das reconstruções românticas promovidas por D. Fernando II são factos que impossibilitam uma rigorosa análise arqueológica do conjunto (TORRES, 1995, p.167). O que hoje podemos observar é uma cenografia de natureza militar, idealizada, uma vez que grande parte das torres quadrangulares, muralhas, adarves e parapeitos datam do século XIX.
Após as conquistas de Lisboa, Sintra, Almada e Palmela, em 1147, Sintra foi objecto de uma renovada atenção. Sete anos depois, D. Afonso Henriques concedeu-lhe foral, datando das décadas seguintes as reformas fundamentais no castelo e no bairro intra-muralhas, que foi dotado de uma igreja tutelar.
Com efeito, é à segunda metade do século XII que se atribui a igreja de São Pedro de Canaferrim, uma das mais importantes capelas românicas do Sul do país, cujo melhor conhecimento se revelou fundamental para a compreensão deste fenómeno artístico na região em torno de Lisboa. O templo foi parcialmente reconstruído por D. Fernando II, que lhe conferiu o aspecto de falsa ruína que hoje ostenta. Planimetricamente, a igreja não apresenta novidades, cingindo-se à nave única rectangular e capela-mor de menores dimensões e volumetria. De acordo com os estudos de Manuel Luís Real, trabalharam na obra artífices de origem árabe, recrutados na comunidade mudéjar da Sintra reconquistada e que deixaram a sua marca na tipologia do aparelho (REAL, 1987, p.555). Dois capitéis figuram, hoje, na colecção do Museu Arqueológico do Carmo. Pela decoração vegetalista que ostentam, organizada em finas hastes dispostas num campo escultórico muito "vazio", são elementos já tardios, provavelmente oriundos do portal principal da igreja (REAL, 1987, p.537), e datáveis já de finais do século XII, ou inícios de XIII.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens11
Nº de Bibliografias15

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
"A arte islâmica no Ocidente Andaluz", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.150-177TORRES, CláudioEdição1995Lisboa
"A arte islâmica no Ocidente Andaluz", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.150-177MACIAS, SantiagoEdição1995Lisboa
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331RODRIGUES, JorgeEdição1995Lisboa
História da Arte em Portugal - O RomânicoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2001Lisboa
Portugal roman, vol. IGRAF, Gerhard N.Edição1986
"La sculpture figurative dans l'art roman du Portugal", Portugal roman, vol. I, pp.33-75REAL, Manuel LuísEdição1986
Castelo de Sintra ou Castelo dos MourosCOSTA, Francisco Pedro Ribeiro eEdição1996Mem Martins
"A ocupação islâmica do Castelo dos Mouros (Sintra): interpretação comparada", Revista Portuguesa de Arqueologia, vol.3, nº1, pp.207-225COELHO, CatarinaEdição2000Lisboa
Cintra pituresca, ou memoria descriptiva da Villa de Cintra, Collares, e seus arredores...LACERDA, João António de Lemos Pereira (Visconde de Juromenha)Edição1838Lisboa
Sintra Património da HumanidadeRIBEIRO, José CardimEdição1998Sintra
A gloriosa história dos mais belos castelos de PortugalPERES, DamiãoEdição1969Barcelos
SintraSERRÃO, VítorEdição1989Lisboa
"Perspectivas sobre a flora românica da «escola» lisbonense. A propósito de dois capitéis desconhecidos de Sintra no Museu do Carmo", Sintria, vol. I-ii, pp.529-560REAL, Manuel LuísEdição1983Sintra
"O Castelo dos Mouros (Sintra)", Mil anos de fortificações na Península Ibérica e no Magreb (500-1500), pp. 389-395COELHO, CatarinaEdição2002Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, volume IIAZEVEDO, Carlos deEdição1975Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, volume IIFERRÃO, JulietaEdição1975Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, volume IIGUSMÃO, Adriano deEdição1975Lisboa

IMAGENS

Castelo dos Mouros, em Sintra - Troço de muralha nascente

Castelo dos Mouros, em Sintra - Fachada principal da igreja de São Pedro

Castelo dos Mouros, em Sintra - Vista geral apartir do centro histórico da vila de Sintra

Castelo dos Mouros, em Sintra - Pormenor do aparelho construtivo da fase islâmica

Castelo dos Mouros, em Sintra - Torreão circular islâmico e pormenor do aparelho construtivo

Castelo dos Mouros, em Sintra - Torreão circular islâmico e pormenor do aparelho construtivo

Castelo dos Mouros, em Sintra - Vista parcial do troço de muralha voltada à vila de Sintra

Castelo dos Mouros, em Sintra - Escadaria de acesso à torre principal e relação do castelo com o centro histórico de Sintra

Castelo dos Mouros, em Sintra - Porta principal de acesso ao interior do recinto

Castelo dos Mouros, em Sintra - Portaria n.º 670/99, DR, 2.ª Série, n.º 150, de 30-06-1999 - Texto e planta do diploma

Castelo dos Mouros, em Sintra - Portaria n.º 523/97, DR, I Série-B, n.º 167, de 22-07-1997 - Texto e planta do diploma

MAPA

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