Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Sítio arqueológico «Termas dos Cássios»
Designação
DesignaçãoSítio arqueológico «Termas dos Cássios»
Outras Designações / PesquisasTermas dos Cássios (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia /
Tipologia
Categoria
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Lisboa/Santa Maria Maior
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua das Pedras Negras (subsolo)Lisboa Número de Polícia: Palácio Penafiel e 35-41
Rua de São Mamede (subsolo)Lisboa Número de Polícia: Palácio do Conde de Penafiel (21) e 23
Calçada do Correio Velho, subsolo do Palácio do Conde de PenafielLisboa Número de Polícia:
Travessa das Pedras Negras (subsolo)Lisboa Número de Polícia: 2-2 B
Travessa do Almada (subsolo)Lisboa Número de Polícia: Palácio do Conde de Penafiel e 1-9
LATITUDE LONGITUDE
38.710972-9.134507
DistritoLisboa
ConcelhoLisboa
FreguesiaSanta Maria Maior
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como SIP - Sítio de Interesse Público
CronologiaPortaria n.º 520/2023, DR, 2.ª série, n.º 194, de 6-10-2023 (com ASA) (ver Portaria)
Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 4-04-2023 da subdiretora-geral da DGPC
Anúncio n.º 269/2022, DR, 2.ª série, n.º 234, de 6-12-2022 (ver Anúncio)
Despacho de concordância de 26-10-2022 do diretor-geral da DGPC
Proposta de 13-07-2022 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura para a alterar da restrição da área de arqueologia, conforme proposta da CM de Lisboa
Despacho de concordância de 11-08-2020 do diretor-geral da DGPC
Parecer favorável de 17-06-2020 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Em 22-08-2019 a CM de Lisboa apresentou proposta de alteração sobre as restrições da área de arqueologia
Em 1-07-2019 foi enviada a proposta à CM de Lisboa com pedido de parecer
Proposta de 12-04-2019 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC para a classificação como SIP
Anúncio n.º 13/2019, DR, 2.ª série, n.º 10, de 15-01-2019 (ver Anúncio)
Despacho de 16-10-2018 da diretora-geral da DGPC a determinar a abertura do procedimento de classificação de âmbito nacional
Proposta de 19-09-2018 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC para a abertura de procedimento de classificação de âmbito nacional
Requerimento de classificação de 18-05-2018 de Ana Teresa Matias da Silva Freire Henriques (no âmbito de estágio realizado na DGPC)
ZEPPortaria n.º 520/2023, DR, 2.ª série, n.º 194, de 6-10-2023 (com ASA) (ver Portaria)
Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 4-04-2023 da subdiretora-geral da DGPC
Anúncio n.º 269/2022, DR, 2.ª série, n.º 234, de 6-12-2022 (ver Anúncio)
Despacho de concordância de 26-10-2022 do diretor-geral da DGPC
Proposta de 13-07-2022 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura para a alterar da restrição da área de arqueologia, conforme proposta da CM de Lisboa
Despacho de concordância de 11-08-2020 do diretor-geral da DGPC
Parecer favorável de 17-06-2020 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Em 22-08-2019 a CM de Lisboa apresentou proposta de alteração sobre as restrições da área de arqueologia
Em 1-07-2019 foi enviada a proposta à CM de Lisboa com pedido de parecer
Proposta de 12-04-2019 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaSítio
As ruínas arqueológicas das Thermae Cassiorum situam-se em plena zona histórica de Lisboa entre a R. das Pedras Negras, Travessa do Almada e Rua de São Mamede, correspondendo ao que resta de antigas termas públicas utilizadas entre o século I ou II d. C. e o século IV d. C. Uma inscrição com referência a obras realizadas neste complexo e a identificação de um capitel jónico permitiu saber que estas termas foram remodeladas no ano de 336 (FERNANDES, 2009).
A presença de estruturas como as que hoje são visíveis em dois núcleos distintos, pressupõe a conceção de uma obra grandiosa que aproveitou a inclinação da colina virada ao rio seguindo o modelo do Teatro Romano de Lisboa.
O NÚCLEO I que corresponde a diversos compartimentos termais ocupa um quarteirão entre a R. de S. Mamede, Travessa do Almada e R. das Pedras Negras destacando-se algumas paredes com mais de 6m de altura e onde são visíveis diversas alterações construtivas. As estruturas surgem orientadas a NE/SO, divergindo da orientação dos quarteirões pombalinos dispostos a N/S.
O compartimento mais a Sul exibe uma planta quadrangular possuindo, no seu interior, um poço medieval. Nele surgiu também uma base de pilar ou cipo em alvenaria de tijolo. Poderá tratar-se, segundo estudos efetuados (SILVA, 2005), da zona da palestra (pátio de comunicação com divisões destinadas ao lazer e exercício físico), seguindo-se um compartimento que parece corresponder ao apodyterium (vestiário).
Sucede-se um corredor sob o qual foi detetada uma cloaca em opus incertum com uma orientação NE/SO. Depois do corredor, do lado Este, mas cortada pelo edifício e pelo aterro da Travessa do Almada, surge uma estrutura de pedra com arco de tijolo correspondendo ao praefurnium (local da fornalha) e, a Norte, vestígios do que seria o hypocastum, sugerindo que a zona aquecida das Termas se situaria, efetivamente, na área hoje ocupada pelo Palácio Penafiel e onde, no séc. XVIII, foram encontrados muros das termas.
Os materiais exumados abrangem uma ampla cronologia da Proto-História à Época Moderna, sendo que do período medieval foram encontrados materiais islâmicos. No entanto, o espólio mais significativo data de época romana, com a presença de Sigillatas sudgálicas, hispânicas e claras de Late Roman C, lucernas, paredes finas e ânforas de fabricos lusitano, norte africano, bético e gaulês (DIOGO, Relatório 1991).
No NÚCLEO II que ocupa o quarteirão da Travessa do Almada e R. das Pedras Negras, foram detetadas estruturas de diferentes períodos históricos, com destaque para o romano nomeadamente um muro com cloaca semelhante ao do Núcleo I, com uma datação entre os século I e II, correspondendo, certamente, ao limite Sul das termas.
Foram igualmente exumados alguns elementos pétreos do período romano, diversos materiais como tesselas (cerâmica e calcário), ânforas com cronologias desde séc. II a. C. até séc. V, fragmentos de lucernas, terra sigillata, nomeadamente itálica, sudgálica, hispânica (a mais representada) e ainda sigillata clara.

História
As primeiras referências ao sítio arqueológico são de 1772 quando, entre as ruínas do Palácio do Conde de Penafiel atingido pelo sismo de 1755, é encontrada uma inscrição que refere a presença de umas termas mandadas construir pela família dos Cássios.
Mais tarde, quando o Palácio começou a ser reconstruído, D. Tomás Caetano de Bem descreve, num manuscrito de 17 de maio de 1791 que se encontra na Biblioteca Nacional, o que identificou como sendo as ruínas de umas termas romanas existentes na zona poente do Palácio.
Apesar da escassez de informações científicas, da permanência de ruínas por valorizar ou da sua deficiente integração, este complexo termal encontra-se entre os mais notáveis conjuntos romanos de Lisboa, não havendo dúvidas sobre a sua autenticidade e cronologia.

Maria Ramalho/DGPC/2019
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCastelo de São Jorge e resto das cercas de LisboaIgreja da Conceição VelhaIgreja de Santo António de Lisboa e sacristiaLápides das Pedras NegrasPortal principal da Igreja da MadalenaSé de Lisboa
Outra ClassificaçãoLisboa Pombalina
Nº de Imagens13
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Marcas de oleiro em terra sigillata da Praca da Figueira (Lisboa): contribuição para o conhecimento da economia de Olisipo (séc. I a.C. - séc. II d. C., Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Arqueologia, Universidade do Minho.SILVA, Rodrigo Banha daObra
Capitel das Thermae Cassiorum de Olisipo (Rua das Pedras Negras, Lisboa). In Revista Portuguesa de Arqueologia , vol. 12, nº 2.FERNANDES, LídiaEdição2009Lisboa
As Termas dos Cássios em Lisboa-Ficção ou Realidade. In Lusitânia Romana- Entre o Mito e a Realidade. Actas da Mesa Redonda InternacionalENCARNAÇÃO, José d'Edição2009Cascais
Intervenção arqueológica de emergência na rua das Pedras Negras, nº 22-28, Relatório Preliminar, Arquivo da Arqueologia Portuguesa (DGPC) Proc. n. 2012/1(275)DIOGO, António Manuel DiasEdição1991

IMAGENS

Sítio arqueológico «Termas dos Cássios» - Planta relativa ao anúncio de abertura do procedimento de classificação, com a delimitação e a ZGP que esteve em vigor (já foi publicada a portaria de classificação como SIP e fixação da respetiva ZEP)

Sítio arqueológico «Termas dos Cássios» - Planta anexa à portaria de classificação como SIP e fixação da respetiva ZEP - com a delimitação do sítio, da ZEP e das respetivas ASA

Sítio Arqueológico das Termas dos Cássios (Lisboa) - Núcleo I, zona onde as paredes atingem a maior altura (6m). Maria Ramalho, 2018.

Sítio Arqueológico das Termas dos Cássios (Lisboa) - prédio onde se localizam no subsolo as estruturas do Núcleo II. Maria Ramalho, 2018.

Sítio Arqueológico das Termas dos Cássios (Lisboa) - Núcleo I, parede com vestígios de reboco. Maria Ramalho, 2018.

Sítio Arqueológico das Termas dos Cássios (Lisboa) - Palácio do Conde de Penafiel onde no século XVIII surgiram no subsolo diversas estruturas termais de época romana. Maria Ramalho, 2018.

Sítio Arqueológico das Termas dos Cássios (Lisboa) - Núcleo I com poço medieval em primeiro plano e, ao fundo, paredes com alterações construtivas que deverão corresponder ao local da Palestra (zona para comunicação com outras divisões e prática de exercício físico). Maria Ramalho, 2018.

Sítio Arqueológico das Termas dos Cássios (Lisboa) - Núcleo I. Maria Ramalho, 2018.

Sítio Arqueológico das Termas dos Cássios (Lisboa) - prédio onde no interior, ao nível do piso térreo, se localiza o Núleo I. Maria Ramalho, 2018.

Sítio Arqueológico das Termas dos Cássios (Lisboa) - vista geral do Núcelo I, observando-se o que foi identificado como zona da Palestra com o poço medieval, seguida de um corredor e do posível Apodyterium (vestiário). Maria Ramalho, 2018.

Sítio Arqueológico das Termas dos Cássios (Lisboa) - Núcleo II, vestígios do antigo muro que marcaria o limite Sul das Termas. Maria Ramalho, 2018.

Sítio Arqueológico das Termas dos Cássios (Lisboa) - Núcleo I, vestígios de pintura mural. Maria Ramalho, 2018.

Sítio Arqueológico das Termas dos Cássios (Lisboa) - Núcleo I, vista da zona que deverá corresponder à Palestra (em primeiro plano) com a presença ainda de um poço medieval, seguida do Apodyterium (vestiário). Maria Ramalho, 2018.

MAPA

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