Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Casa Richard Wall
Designação
DesignaçãoCasa Richard Wall
Outras Designações / PesquisasCasa na Rua do Padrão, 418 / Casa Richard Wall (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia /
Tipologia
Categoria
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Porto/Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua do PadrãoPorto Número de Polícia: 418
LATITUDE LONGITUDE
DistritoPorto
ConcelhoPorto
FreguesiaAldoar, Foz do Douro e Nevogilde
Proteção
Situação ActualProcedimento encerrado / arquivado - sem protecção legal
Categoria de ProtecçãoNão aplicável
CronologiaAnúncio n.º 77/2018, DR, 2.ª série, n.º 104, de 30-05-2018 (ver Anúncio)
Despacho de arquivamento de 2-05-2018 da diretora-geral da DGPC, sobre proposta da DRC do Norte, por o imóvel não reunir os valores patrimoniais inerentes a uma distinção como valor nacional
Em 17-11-2017 a proprietária denunciou a mora do prazo de conclusão do procedimento
Anúncio n.º 237/2016, DR, 2.ª série, n.º 218, de 14-11-2016 (ver Anúncio)
Despacho de abertura de 27-10-2016 da diretora-geral da DGPC
Proposta de 26-10-2016 da DRC do Norte para a abertura de procedimento de classificação de âmbito nacional
Requerimento de classificação de 26-10-2016 de vários signatários
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914630
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
A casa Richard Wall foi concebida e construída entre 1958 e 1960, num lote situado no final de uma tranquila rua da Foz do Porto - a Rua do Padrão -, marginada por moradias que ora alinham pela frente de rua, ora recuam para deixarem um pequeno jardim de permeio.
Foi esta última solução a escolhida por João Andresen para a implantação da generosa habitação burguesa, com o especial cuidado de a ancorar ao imenso lote através de muros e construções que permitem a divisão do enorme logradouro em jardim de receção (a norte, junto à rua), pátio de serviço (a nascente) e amplo jardim privado (a sul, no tardoz da moradia).
A planta segue um duplo esquema: o T no piso térreo (áreas diurnas - social e de serviço) e o I no piso superior (área noturna - privada), que permite organizar um programa, extenso e relativamente complexo, numa volumetria que se perceciona em termos urbanos como um simples paralelepípedo com cobertura de duas águas. Esta solução permite a valorização simultânea da rua, pelo frondoso jardim arborizado que se lhe oferece, e da moradia, que se vira ao sul para o generoso jardim privado, verdadeiro fulcro do habitar doméstico num simulacro de vivência campestre no seio da urbe.
Em termos de organização interna, verifica-se, ao nível do piso térreo, a justaposição da área de serviços, instalada num corpo longilíneo, a nascente, com a generosa área social que ocupa integralmente as fachadas sul e poente, de modo a tirar partido do logradouro, que se organiza em função duma generosa pérgola, de onde se domina o amplo jardim relvado e arborizado, e para o qual se chegou a prever uma piscina.
Os espaços internos comunicam diretamente entre si, e gravitam em redor da extensa sala de estar que, ao atravessar toda a casa, do jardim de entrada ao jardim privado, permite uma sequência de acontecimentos e motivos (lareiras, escada murada, desníveis de pavimento e cobertura, vistas cruzadas para o interior e exterior, jogo de materiais, etc.) que a tornam excecional no seio de espaços tranquilos e previsíveis, como convém ao habitar familiar. O piso superior organiza-se em dois núcleos de quartos separados por uma informal sala com lareira, com acesso a uma surpreendente varanda relvada que deita ao jardim privado e a uma envolvente que, ontem como hoje, apresenta uma feição rural onde pontuam antigas quintas e baldios.
História
O final da década de cinquenta do século XX foi um período riquíssimo, cá como lá fora, em termos de experiências e vivências artísticas, nomeadamente nos campos do urbanismo e da arquitetura. Essa radiografia é perfeitamente visível na sequência de três moradias que João Andresen projeta e constrói nesses anos, o que demonstra o seu inconformismo e vanguardismo. Trata-se das casas Lino Gaspar Júnior, (1953-1955, Alto Lagoal, Caxias, concelho de Oeiras), Lino Gaspar (1955-1957, Figueira da Foz) e Richard Wall (1958-1960, Porto).
Na primeira imperam os códigos do Movimento Moderno (que a conjuntura do segundo pós-guerra finalmente permitiu aos jovens arquitetos), pela especialização funcional rigidamente tripartida (quartos, serviços e sala comum), com recurso à evidência do sistema construtivo em betão armado e ao eliminar da fronteira entre interior e exterior nos espaços sociais, ali onde a paisagem e o jardim privado o permitem. Na segunda, valem os códigos brutalistas de influência corbusiana, pela rudeza do betão descofrado, dos esgrafitados, do tijolo à vista e da majoração da evidência construtiva. A casa que nos ocupa é, na sua simplicidade aparente, muito mais complexa, porque ao abrigo de um suposto retorno à normalidade e às convenções, encerra múltiplas contaminações e influências que escapam a rótulos e justificações canónicas que ajudam a explicar a sua ausência da historiografia oficial.
Paulo Duarte
DGPC,2017
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens1
Nº de Bibliografias0

IMAGENS

Casa Richard Wall - Planta anexa ao anúncio de abertura do procedimento de classificação, com a delimitação e a ZGP que esteve em vigor até ao procedimento ser arquivado (30.05.2018)

Palacete Vilar de Allen
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