Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Aqueduto Romano de Olisipo na Amadora
Designação
DesignaçãoAqueduto Romano de Olisipo na Amadora
Outras Designações / PesquisasBarragem romana de Belas / Aqueduto Romano de Olisipo na Amadora (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia /
Tipologia
Categoria
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Amadora/Mina de Água
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Avenida do UltramarAmadora Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.76689-9.249602
DistritoLisboa
ConcelhoAmadora
FreguesiaMina de Água
Proteção
Situação ActualEm Vias de Classificação
Categoria de ProtecçãoEm Vias de Classificação (com Despacho de Abertura)
CronologiaAnúncio n.º 9908/2012, DR, 2.ª série, n.º 89, de 8-05-2012 (ver Anúncio)
Despacho de abertura de 19-04-2012 do diretor-geral da DGPC
Proposta de abertura de 13-04-2012 da DRCLVTejo
Parecer favorável de 18-08-2004 do IPA
Proposta de classificação de 21-05-2004 da CM da Amadora, após deliberação camarária de 2-05-2002
ZEPAnúncio n.º 9908/2012, DR, 2.ª série, n.º 89, de 8-05-2012 (fixou a ZEPP) (ver Anúncio)
Despacho de 19-04-2012 do diretor-geral da DGPC a fixar a ZEP provisória
Proposta de 13-04-2012 da DRCLVTejo para a fixação de uma ZEP provisória
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA primeira menção conhecida ao aqueduto romano da Amadora faz parte da célebre obra que Francisco d¿Holanda dedicou em 1571 ao rei D. Sebastião, Da Fábrica que Falece à Cidade de Lisboa (ou Da obra que falta à cidade de Lisboa), onde afirma que em Lisboa "todos os que bebem água, não tem mais de um estreito chafariz para tanta gente", sugerindo que se faça novamente trazer à cidade "Água Livre que de duas léguas dela trouxeram os Romanos, por condutas debaixo da terra, subterrâneos furando muitos montes e com muito gasto e trabalho".
Estas condutas, construídas no século III, tinham origem na barragem romana de Belas (classificada como imóvel de interesse público), situada no vale da ribeira de Carenque, a cerca de 10 km da antiga Olisipo (Lisboa). Em 1620, Leonardo Turriano, arquitecto milanês ao serviço de D. Filipe II, chegou a defender a "renovação do aqueduto antigo dos Romanos, o qual, por ir mais alto dez palmos que o da estrada, pode dar água a ambas partes da cidade (¿) como deu antigamente, pois fornece quantidade bastante para elas" (Eduardo Freire de OLIVEIRA, 1885-1910).
No entanto, e apesar de no século XVIII ainda serem visíveis ruínas da estrutura, a localização exacta perdeu-se no tempo, e só em 1979 foi identificado o seu troço sul, situado junto do Bairro da Mina. Os trabalhos arqueológicos então encetados permitiram o reconhecimento de 14 sectores e a determinação parcial do trajecto, que desceria o vale de Carenque tal como o aqueduto setecentista das Águas Livres, embora a cotas mais baixas, seguindo aproximadamente a forma das curvas de nível até à Amadora, numa extensão aproximada de 1.300 metros.
O aqueduto é constituído por uma base rectangular construída no habitual opus caementicium (aparelho de pedra e cimento hidráulico), directamente assente no terreno regularizado com pedras basálticas, sobre a qual foram erguidas duas paredes do mesmo material, formando uma caleira revestida a opus signinum (cimento impermeável). Um dos elementos mais interessantes do percurso é uma queda de água com desnível de cerca 70 cm, destinada a possibilitar uma descida acentuada da cota da caleira sem alteração da sua inclinação.
Não foram encontrados elementos que pudessem ter constituído uma cobertura da caleira, que, a seguir a céu aberto, assumiria mais a tipologia de um canal de irrigação do que de um aqueduto urbano. De facto, na Amadora o último troço conhecido dista apenas 1200 m de uma outra estação arqueológica romana, a vilae da Quinta da Bolacha, sendo possível que um ramal do aqueduto a abastecesse. No entanto, o cálculo aproximado do caudal total, semelhante ao do aqueduto de Pompeia (os cálculos permitem estimar uma capacidade de escoamento de aproximadamente 6400 m³/dia), justifica o fornecimento da antiga Olisipo romana. A chegada do aqueduto a Lisboa não se encontra materialmente comprovada, mas é, como já vimos, diversas vezes mencionada em documentação histórica. Leonardo Turriano refere o abastecimento das Portas de Santo André, nos limites da Mouraria (encosta do Castelo), e de São Roque, na zona do actual Bairro Alto, e conhece-se a localização de alguns monumentos que seriam abastecidos por esta água, como as termas das Pedras Negras, na vizinhança de um templo romano dedicado a Cibele, as galerias romanas ou criptopórtico da Rua da Prata, e o vizinho Teatro Romano de Lisboa.
A ruína do aqueduto romano da Amadora atravessou muitos séculos, mas foi acentuada pela edificação do Aqueduto das Águas Livres, cujas obras acabariam por destruir parte significativa dos troços e da barragem preexistente, e depois pela construção (já do século XX) da actual estrada ligando Belas a Caneças, que soterrou um longo troço da muralha original.
Sílvia Leite / DIDA - IGESPAR, IP / 2012
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPAqueduto das Águas Livres, seus aferentes e correlacionados (Concelhos de Lisboa, Amadora, Odivelas, Oeiras e Sintra)
Outra Classificação
Nº de Imagens5
Nº de Bibliografias0

IMAGENS

Aqueduto Romano de Olisipo - Vestígio arqueológico

Aqueduto Romano de Olisipo - Vestígio arqueológico

Aqueduto Romano de Olisipo - Vestígio arqueológico

Aqueduto Romano de Olisipo - Planta com a delimitação do bem em vias de classificação e da ZEP provisória em vigor

Aqueduto Romano de Olisipo - Vestígio arqueológico

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