Edifício do Compromisso Marítimo | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Edifício do Compromisso Marítimo | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Museu da Cidade de Olhão / Casa do Compromisso Marítimo de Olhão / Museu da Cidade (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Civil / Edifício | ||||||||||||
Tipologia | Edifício | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Civil | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Faro/Olhão/Olhão | ||||||||||||
Endereço / Local |
| ||||||||||||
Distrito | Faro | ||||||||||||
Concelho | Olhão | ||||||||||||
Freguesia | Olhão | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Procedimento caducado - sem protecção legal | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Não aplicável | ||||||||||||
Cronologia | Procedimento caducado nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, N.º 206 de 23-10-2009 (ver Diploma) Despacho de abertura de 13-05-1999 Despacho de concordância de 17-12-1998, determinando a autonomização das propostas em processos individuais Proposta de 4-12-1998 da DR de Faro para abertura de processos de classificação de vários imóveis Proposta (1998?) de vários cidadãos para a classificação do Núcleo Histórico de Olhão | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12707538 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | O Compromisso Marítimo de Olhão (e actual Museu da Cidade) é um dos mais emblemáticos edifícios da cidade, e um dos que melhor evoca a origem piscatória dos olhanenses. A sua construção localizou-se por trás da primitiva igreja paroquial, num amplo terreiro de expansão da (então) aldeia para Norte. No entanto, foi justamente nessa praça, excêntrica em relação ao primitivo núcleo urbano, que se implantou o centro moderno da povoação, construindo-se, no extremo Sul, o Compromisso Marítimo e, no lado oposto, a nova Igreja Matriz, poderosa edifcação cenográfica dos tempos barroco e rococó. A história do Compromisso olhanense recua aos meados do século XVIII (1755), altura em que os mareantes locais pediram ao rei para que os autonomizasse em relação ao Compromisso de Faro. O processo de instituição da nova Confraria, bem como da construção da sua sede, foi bastante rápido: em 1765, criava-se o Compromisso e três anos depois era lavrada a escritura notarial para o arranque das obras. Estas, estavam concluídas logo em 1771, facto que prova a relativa largueza de meios económicos postos à disposição do projecto. Um desafogo monetário que encontra testemunho também no recrutamento de João dos Santos Tavares como arquitecto, filho do grande Diogo Tavares (sem dúvida o mais conceituado arquitecto barroco do Algarve) e que com ele havia trabalhado no claustro da Igreja de São Francisco de Faro. O edifício espelha bem a qualidade arquitectónica do conjunto, embora o modelo adoptado tenha repetido, integralmente, o do Compromisso de Faro. De planta rectangular, compõe-se de uma organização espacial tripartida, bem definida logo na fachada principal. Esta, virada a Norte, organiza-se em três corpos de dois andares, sendo o corpo central mais pequeno e o que congrega as principais referências históricas do conjunto, designadamente uma inscrição comemorativa da conclusão das obras, disposta sobre a porta principal, e um nicho envidraçado com a imagem da Virgem com o Menino. De ambos os lados deste corpo, desenvolvem-se outros dois, em rigorosa simetria, com portas duplas no andar inferior e janelas no superior. Na fachada ocidental, ao nível do piso térreo, o espaço era aberto para a via pública, através de dois arcos geminados, de volta perfeita, aqui funcionando o açougue municipal. Nas décadas que se seguiram à criação do Compromisso, a instituição não cessou de prosperar. Na primeira metade do século XIX, aqui se reuniu, por diversas vezes, o executivo municipal e, em 1841, Baptista Lopes afirma que este Compromisso é o mais rico de todo o Algarve. A ampla Sala do Despacho (na secção NE. do segundo piso), principal espaço do conjunto, evoca, ainda hoje, esse passado importante. O seu tecto, pintado já no século XIX, revela, ao centro, o escudo nacional, emoldurado por concheados e elementos vegetalistas. E numa das paredes, uma ampla tábua alusiva a Nossa Senhora da Conceição prova como a instituição patrocinou obras de assinalável valor, neste caso uma realização inspirada em modelos romanos mas devida a um pintor local (LAMEIRA, 2001). As grandes transformações políticas do século XX determinaram diferentes funções para este edifício. Assim, em 1943, ele foi transformado em Casa dos Pescadores, albergando igualmente o Sindicato deste sector. Ao longo de mais de quatro décadas, o edifício manteve a sua ligação à classe profissional que o originou, mas os escassos recursos à disposição da Casa e do Sindicato levaram a uma acentuada degradação do imóvel. Em 1999, deu-se início ao projecto de adaptação do conjunto a Museu. Dotado de uma sala de exposições temporárias, uma sala multimédia, um núcleo de arqueologia do concelho e um núcleo de História da cidade, a condição de "actual museu-sala-de-visitas-de-Olhão" reforça o estatuto de monumento simbólico da antiga vila, como há mais de duzentos anos a sua construção foi o símbolo de autonomia olhanense. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 1 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 8 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
---|---|---|---|---|---|
Corografia ou memoria economica, estadistica, e topografica do reino do Algarve | LOPES, João Baptista da Silva | Edição | 1841 | Lisboa | |
Monografia do concelho de Olhão da Restauração | OLIVEIRA, Francisco Xavier d'Ataíde | Edição | 1906 | Porto | |
Estatutos do Compromisso Marítimo da Vila de Olhão | MASCARENHAS, José Fernandes | Edição | 1933 | Faro | |
"O Compromisso Marítimo da vila de Olhão da Restauração", Correio Olhanense, 25/3/1948 e ss. | IRIA, Alberto | Edição | 1948 | Olhão | |
O Livro do Compromisso Marítimo de Olhão | TERRAMOTO, Armando | Edição | 1978 | Coimbra | |
Cronologia geral da História de Olhão da Restauração | NOBRE, Antero | Edição | 1986 | Olhão | |
Edifício do Compromisso Marítimo | LAMEIRA, Francisco | Edição | 2001 | Olhão | |
Acerca da antiguidade das freguesias de Quelfes e pechão e da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Olhão e sua primitiva confraria (subsídios) | MASCARENHAS, José Fernandes | Edição | 1987 | Olhão |
Fachada principal do imóvel