Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Mãe d' Água e Troço do Aqueduto do Século XVI da Antiga Fonte Nova
Designação
DesignaçãoMãe d' Água e Troço do Aqueduto do Século XVI da Antiga Fonte Nova
Outras Designações / PesquisasAqueduto da Ribeira dos Mochos (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / Tipologia /
Tipologia
Categoria
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Cascais/Cascais e Estoril
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua Franklin Lamas (Viveiros da Ribeira dos Mochos)Cascais Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.701481-9.433283
DistritoLisboa
ConcelhoCascais
FreguesiaCascais e Estoril
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como CIM - Conjunto de Interesse Municipal
CronologiaAviso de 20-12-2011 da CM de Cascais, publicado no Boletim Municipal de 3-02-2012 (passou a classificação para CIM)
Despacho de 20-12-2011 da Vereadora da Cultura e Educação da CM de Cascaisa rectificar o despacho de homologação, passando a categoria para CIM
Aviso de 1-10-2010 da CM de Cascais, publicado no Boletim Municipal de 19-11-2010 (classificou como de IM)
Despacho de homologação de 22-01-2010, da Vereadora da Cultura e Educação da CM de Cascais para a classificação como de IM
Edital 233/08 de 11-06-2008 da CM de Cascais
Despacho da Vereadora da Cultura e Educação da CM de Cascais a determinar a abertura do procedimento de classificação como de IM
Em 20-06-2008 foi dado conhecimento do despacho à CM de Cascais
Despacho de encerramento de 26-05-2008 do director do IGESPAR, I.P., por não ter valor nacional
Proposta de 14-05-2008 da DRC de Lisboa e Vale do Tejo para encerramento do processo de classificação de âmbito nacional
Pedido de parecer de 13-02-2008 da CM de Cascais sobre a classificação como de IM
Deliberação de 3-12-2007 da CM de Cascais a determinar a abertura do procedimento de classificação como de IM
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181502
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
A mãe d'água e o troço do aqueduto remanescente encontram-se hoje integrados no Parque Urbano da Ribeira dos Mochos, uma área que, na sua envolvente, se apresenta bastante descaraterizada. Este conjunto de estruturas, hoje infelizmente em muito mau estado de conservação, foi construído em finais do século XVI e serviu para abastecer não só a denominada Fonte Nova, fontenário situado, ao que se sabe, junto da área de expansão urbana pós medieval de Cascais, como alguns edifícios privados.
O aqueduto, situado na margem direita da ribeira dos Mochos, unia-se à mãe d'água que se encontra do lado oposto e que é composta por poço octogonal de alvenaria de pedra, apresentando uma porta virada a Nascente. A cobertura rebocada pelo exterior, é suportada por uma rara abóbada de pedra em caracol. No exterior, sobre a cobertura, foi assente uma base cilíndrica em betão que terá servido para fixar um motor de elevação de água. O aqueduto, por seu lado, que possuiu atualmente apenas uma extensão de cerca de 300m, é construído em alvenaria de pedra rebocada coberta por abobada. Ao longo da estrutura são visíveis diversas soluções construtivas e alterações que, segundo registo histórico, foram realizadas essencialmente no século XIX. A sua altura varia conforme a topografia do terreno, apresentando um vão de janela em cantaria com marcas de encaixe de portada ou grade, bem como quatro elementos troncocónicos, com cerca de 2m de altura, que serviram para proteger os respiradouros ou "caixas de visita". O aqueduto serviu ainda de apoio a um "caneiro", com cerca de 150m de comprimento, por 0,20m de largura. Este elemento, que corresponde a uma fase mais tardia, apresenta-se rebocado e assenta em cachorros e arcos de tijolo de burro furado.
História
Foi D. António de Castro, conde de Monsanto, Senhor de Cascais que, em 1590, irá promover a construção do aqueduto e da Fonte Nova, passando este sistema de abastecimento a ser o mais importante da vila. De notar que parte da água que era canalizada por cano subterrâneo, se destinava aos jardins do palácio do conde, situado no interior do Castelo, junto à baía de Cascais, atual Av.ª D. Carlos.
Dando nota da importância deste sistema de abastecimento, a Câmara de Cascais foi obrigada a impor algumas normas para evitar os conflitos frequentes entre os habitantes que utilizavam a Fonte, obrigando por exemplo a que se formassem filas e que se restringisse o abastecimento ou as lavagens de vasilhames e roupa entre os meses de Abril e Setembro. Ainda do Livro de Posturas da Câmara da Vila de Cascais (1587-1837), são revelados outros aspetos interessantes relacionados com estes imóveis, tais como a passagem contida no Título n.º 189º onde se afirma que o rendimento das multas relativas à retirada indevida da água deveria servir para obras necessárias ao sistema: que nenhuma pessoa que a dita fonte fosse a buscar agoa, naõ enchesse nenhuma vazilha na dita pia nem della tomasse nenhuma agoa, se naõ do dito cano; nem na dita pia se deixa de beber a nenhuma cavalgadura sob pena de duzentos rs para a fabrica da dita fonte, pera que ouveraõ por bem de applicar a dita pena; pera quanto nella se avia mister concerto cada dia; e naõ avia rendas de que se pagassePor esta descrição do séc. XVI, ficamos igualmente a saber que a Fonte apresentava uma pia e um cano e que existiam preocupações sérias com a saúde dos habitantes desta vila.
Em 1627, os frades carmelitas do Convento de Nossa Senhora da Piedade, edifício erguido também por iniciativa do conde de Monsanto e que corresponde ao atual Centro Cultural de Cascais, irão solicitar ao Senado da Câmara que lhes cedesse água do caudal do aqueduto equivalente à grossura de um dedo mínimo.
A Fonte Nova terminou a sua função de principal fornecedora de água a Cascais imediatamente após o terramoto de 1 de Novembro 1755, dada a redução do seu caudal.
Maria Ramalho/DGPC/2015. Colaboração de Mário Lisboa/CMC
ProcessoParque Urbano da Ribeira dos Mochos
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens14
Nº de Bibliografias3

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Para uma história da água no concelho de CascaisCARDOSO, GuilhermeEdição1995Cascais
"Aqueduto da Ribeira dos Mochos - Ficha de património edificado", Cascais - Agenda Cultural, n.º 28-Edição2007Cascais
História da Freguesia de Cascais: 1870-1908HENRIQUES, João MiguelEdição2004Lisboa

IMAGENS

Mãe d' água e troço do aqueduto do século XVI da antiga Fonte Nova - Planta de localização

Mãe d' Água e troço do aqueduto da Antiga Fonte Nova - Caixa da Mãe de Água

Mãe d' água e troço do aqueduto do século XVI da antiga Fonte Nova - Interior do aqueduto. CM Cascais/Mário Lisboa. 2007

Mãe d' água e troço do aqueduto do século XVI da antiga Fonte Nova. - Mãe d'Água e sua envolvente. CM Cascais/Mário Lisboa. 2007

Mãe d' água e troço do aqueduto do século XVI da antiga Fonte Nova. - Interior do aqueduto. CM Cascais/Mário Lisboa. 2007

Mãe d' água e troço do aqueduto do século XVI da antiga Fonte Nova - Aqueduto e caminho. CM Cascais/Mário Lisboa. 2007

Mãe d' água e troço do aqueduto do século XVI da antiga Fonte Nova- Edital de classificação

"Planta da praça, cidadella e fortes de Cascaes, s.a, finais do século XVIII": Marcação do troço do antigo aqueduto.

Mãe d' água e troço do aqueduto do século XVI da antiga Fonte Nova - Aqueduto e caminho. CM Cascais/Mário Lisboa. 2007

Mãe d' água e troço do aqueduto do século XVI da antiga Fonte Nova - Elemento troncocónico do aqueduto e caneiro lateral. CM Cascais/Mário Lisboa. 2007

Mãe d' água e troço do aqueduto do século XVI da antiga Fonte Nova - Abóbada em caracol. CM Cascais/Mário Lisboa. 2007

Mãe d' água e troço do aqueduto do século XVI da antiga Fonte Nova - Elemento troncocónico do aqueduto. CM Cascais/Mário Lisboa. 2007

Elemento troncocónico do aqueduto. CM Cascais Mário Lisboa. 2007- Aqueduto e janela. CM Cascais/Mário Lisboa. 2007

Mãe d' água e troço do aqueduto do século XVI da antiga Fonte Nova - Aqueduto e caneiro lateral. CM Cascais/Mário Lisboa. 2007

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